ATA DA TRIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 10-5-2006.

 


Aos dez dias do mês de maio do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Maria Celeste, Mônica Leal, Raul Carrion e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, João Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução nº 073/06 (Processo nº 2472/06); pela Comissão de Educação, Cultura e Esportes, o Pedido de Providência nº 0827/06 (Processo nº 2195/06) e as Indicações nos 011, 012 e 014/06 (Processos nos 2170, 2171 e 2284/06, respectivamente); pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Pedidos de Providência nos 0695, 0743, 0816, 0883, 0884 e 0948/06 (Processos nos 1897, 1976, 2146, 2310, 2311 e 2392/06, respectivamente); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 0970, 0971, 0972 e 0973/06 (Processos nos 2449, 2452, 2454 e 2455/06, respectivamente); pelo Vereador Carlos Todeschini, os Projetos de Lei do Legislativo nos 094 e 095/06 (Processos nos 2282 e 2283/06, respectivamente); pelo Vereador Cassiá Carpes, o Pedido de Providência nº 1001/06 (Processo nº 2523/06); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos 0966, 0967, 0968, 0976, 0977, 0978, 0979, 0980, 0981, 0982, 0983, 0989 e 0990/06 (Processos nos 2443, 2444, 2445, 2478, 2480, 2481, 2482, 2483, 2484, 2485, 2486, 2511 e 2512/06, respectivamente) e a Indicação nº 017/06 (Processo nº 2508/06); pelo Vereador Maurício Dziedricki, os Projetos de Lei do Legislativo nos 067 e 068/06 (Processos nos 1743 e 1744/06, respectivamente); pelo Vereador Raul Carrion, o Pedido de Providência nº 1000/06 (Processo nº 2522/06); pela Vereadora Sofia Cavedon, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Resolução nº 110/05 (Processo nº 3677/05). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 00001656, 10140054, 10152445, 10152749, 10152895, 10152901 e 10153111/06, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Ainda, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de nº 350/06, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 017/06 (Processo nº 2497/06); e de nº 351/06, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 016/06 (Processo nº 2496/06). Na ocasião, o Senhor Presidente determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Vigésima Segunda, Vigésima Terceira e Vigésima Quarta Sessões Ordinárias, que foram aprovadas, constatada a existência de quórum deliberativo. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 061/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Raul Carrion, e 079/06, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 029/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos Comassetto, Bernardino Vendruscolo e Raul Carrion; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 075/06, o Projeto de Resolução nº 069/06, discutido pelo Vereador Elói Guimarães. Na ocasião, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Luiz Braz, que relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, na solenidade de inauguração da fotografia do ex-Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul, Desembargador Paulo Augusto Monte Lopes, realizada no dia oito de maio do corrente, em Porto Alegre. Também, o Vereador João Carlos Nedel formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a distribuição aos Senhores Vereadores de cópias do pronunciamento do Vereador Luiz Braz, em Tempo Especial. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen referiu-se à sua participação, no dia oito de maio do corrente, em solenidade realizada no Colégio Militar de Porto Alegre, onde Sua Excelência foi condecorado com a Medalha Mascarenhas de Moraes do Exército Brasileiro. Nesse sentido, procedeu à leitura de trechos de texto de autoria de um ex-integrante da Força Expedicionária Brasileira, no qual é analisada a atual conjuntura social e política do Brasil. O Vereador Professor Garcia relatou sua presença, na manhã de hoje, no posto do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS –, localizado na Avenida Bento Gonçalves, reprovando a demora enfrentada pelas pessoas que necessitam de atendimento nesse local. Nesse contexto, informou que intervirá junto à Direção do INSS para que sejam buscadas soluções para esse problema, sugerindo mudanças para melhorar o processo de atendimento à população. O Vereador Ervino Besson teceu comentários acerca do pronunciamento do Vereador Professor Garcia, em Comunicação de Líder, discordando do tratamento dado pelo Governo Federal às necessidades de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social. Em relação ao assunto, rechaçou o fato de que o índice de reajuste do benefício de aposentados e pensionistas tenha sido menor do que o do salário mínimo. A Vereadora Manuela d'Ávila discorreu acerca dos planos de restauração da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul, mostrando-se contrária ao fechamento desse espaço ao público durante as obras previstas no Programa Monumenta. Ainda, destacou a importância da Biblioteca Pública para a realização de pesquisas por estudantes e profissionais e informou que a Comissão de Educação, Cultura e Esportes buscará alternativas, junto ao Governo Estadual, para resolver esse impasse. O Vereador João Antonio Dib comentou reforma a ser realizada no prédio da Biblioteca Pública do Estado, citando manifestação a respeito, efetuada hoje pela Vereadora Manuela d’Ávila, em Comunicação de Líder. Quanto ao assunto, sugeriu a transferência de parte do acervo desse local para imóvel do Instituto Nacional do Seguro Social ou da Empresa Porto-Alegrense de Turismo, como alternativa para garantir à população o acesso a esse material. A Vereadora Sofia Cavedon analisou o sistema de transporte coletivo do Município, questionando mudanças que estão sendo efetuadas nos ônibus da Companhia Carris Porto-Alegrense, visando à diminuição do preço desses veículos, e alterações verificadas na concessão de linhas que abrangem os Bairros Auxiliadora e São Caetano. Nesse sentido, criticou o Prefeito José Fogaça, declarando que se observa a implementação de políticas cuja finalidade é a gradativa privatização dos serviços públicos. O Vereador Claudio Sebenelo avaliou decisão da Ordem dos Advogados do Brasil, que optou por arquivar proposta de envio, ao Congresso Nacional, de processo para “impeachment” do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda, saudou medida do Conselho Federal dessa entidade, de encaminhar notícia-crime à Procuradoria-Geral da República, para aprofundamento das investigações de denúncias de envolvimento do Governo Federal em casos de corrupção em órgãos públicos. A seguir, o Senhor Presidente procedeu à leitura de convite enviado à Casa pelo Vereador Ervino Besson, para a cerimônia de posse desse Parlamentar como Presidente do Secretariado de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre, a ocorrer no dia onze de maio do corrente, no prédio dessa instituição, localizado na Avenida Ipiranga. Após, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Luiz Braz, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, conforme definido pelo Colégio de Líderes. Em Discussão Geral, 3ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/05. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 255/04, por vinte e quatro votos SIM, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d’Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Meio e Sofia Cavedon. Na oportunidade, o Vereador Haroldo de Souza manifestou-se acerca da votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 255/04. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 050/06, por vinte e quatro votos SIM, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d’Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Meio e Sofia Cavedon. Em Discussão Geral e Votação, foram votados conjuntamente e aprovados os Projetos de Resolução nos 019, 023 e 050/06. Em Discussão Geral e Votação, foram votados conjuntamente e aprovados o Projeto de Lei do Executivo nº 028/04 e o Projeto de Lei do Legislativo nº 302/05. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 004/96, o qual, após ser discutido pelo Vereador João Antonio Dib, teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Raul Carrion. Em prosseguimento, foram apregoadas as seguintes Emendas, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 190/05 (Processo nº 4125/05): de nº 02, de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, Líder da Bancada do PPS; de nº 03, de autoria do Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP; de nº 04, de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, Líder da Bancada do PT, subscrita pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini e João Antonio Dib e pelas Vereadoras Manuela d’Ávila e Maria Celeste. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 190/05, com ressalva das Emendas a ele apostas, por trinta e um votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores Clênia Maranhão, João Bosco Vaz, Manuela d’Ávila, Claudio Sebenelo, Haroldo de Souza, Bernardino Vendruscolo, Luiz Braz, Cassiá Carpes, Paulo Odone, José Ismael Heinen, Valdir Caetano, Raul Carrion, João Antonio Dib, Aldacir Oliboni, Ervino Besson, Elias Vidal, Maria Celeste, Sofia Cavedon, Professor Garcia, Carlos Comassetto e Adeli Sell e encaminhado à votação pela Vereadora Clênia Maranhão e pelo Vereador João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Dr. Goulart, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d’Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Mônica Leal, Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Meio, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Na oportunidade, foram registradas as presenças dos Vereadores Jairo Alexandre, Eduardo Simchen e Edivan Baron, respectivamente das Câmaras Municipais de Barra do Ribeiro, Tapes e Três Passos – RS –, e do Senhor Manoelito Savaris, Presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Também, o Senhor Presidente registrou as presenças do Senhor Antonio Gonsiorkiewicz e da Senhora Janina Bobrzyk, respectivamente Prefeito e Vereadora do Município de Guarani das Missões – RS –; do Senhor Teófilo Szimanski e da Senhora Solange Wisniewski, respectivamente Presidente e Presidenta Social da 7ª POLFEST; e das Senhoras Tathiele Warpechowski Silveira, Catiane Kazmierczak e Fernanda Kulakowski, respectivamente Rainha e Princesas da 7ª POLFEST, convidando Suas Senhorias a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra às Senhoras Tathiele Warpechowski Silveira, Fernanda Kulakowski e Catiane Kazmierczak, que convidaram a comunidade porto-alegrense a participar da 7ª POLFEST, festa típica da Polônia, a ser realizada do dia vinte e seis ao dia vinte e oito de maio do corrente, no Município de Guarani das Missões. A seguir, foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 190/05. Foi aprovada a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 190/05, por vinte e dois votos SIM, três votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Dr. Goulart, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, João Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Mario Fraga, Mônica Leal, Paulo Odone, Professor Garcia, Sebastião Meio, Sofia Cavedon e Valdir Caetano, Não os Vereadores Haroldo de Souza, João Antonio Dib e Neuza Canabarro e optado pela Abstenção a Vereadora Manuela d’Ávila. Na ocasião, o Senhor Presidente declarou prejudicada a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 190/05, em face da aprovação da Emenda nº 02. Também, em face de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores João Antonio Dib, Nereu D’Avila, Clênia Maranhão e Sofia Cavedon, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do processo de votação das Emendas nos 02 e 03 e da prejudicialidade da Emenda nº 03, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 190/05. Às dezoito horas e dezoito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezoito horas e vinte e três minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, foi aprovada a Emenda nº 04, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 190/05, por dezoito votos SIM, três votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pela Vereadora Clênia Maranhão, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir    Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Ervino Besson, José Ismael Heinen, Manuela d’Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Paulo Odone, Sebastião Meio, Sofia Cavedon e Valdir Caetano, Não os Vereadores Haroldo de Souza, João Bosco Vaz e Luiz Braz e optado pela Abstenção o Vereador Ibsen Pinheiro. Na ocasião, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Luiz Braz, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do quórum necessário para a aprovação das Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 190/05. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 066/05. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 005/06, por vinte e dois votos SIM e dois votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, João Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d’Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Sebastião Melo e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Haroldo de Souza e João Antonio Dib. Às dezoito horas e trinta e cinco minutos, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart, Luiz Braz, Haroldo de Souza e Valdir Caetano e secretariados pelo Vereador Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. N. 0838/06 - SUBSTITUTIVO N. 01, que institui o Mês da Saúde Preventiva da Obesidade Infantil, no âmbito do Município de Porto Alegre, que ocorrerá, anualmente, no mês de junho, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 029/06, ambos de autoria da Verª Neuza Canabarro.

 

PROC. N. 1572/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 061/06, de autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre a colocação de obras de artes plásticas nas edificações com área adensável igual ou superior a 2.000m2 (dois mil metros quadrados) e dá outras providências.

 

PROC. N. 2005/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 079/06, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Praça Francisco José Martins o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Praça 974, localizado no Bairro Sarandi.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. N. 1905/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 069/06, de autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o Prêmio “Construtor da Paz” à Legião da Boa Vontade (LBV), na categoria associação da sociedade civil sem fins lucrativos.

 

PROC. N. 1917/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 075/06, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Francisco Roberto de Oliveira.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, na Pauta do dia de hoje, apenas três Projetos. O primeiro é de Verª Neuza Canabarro, que faz um Substitutivo ao Projeto de sua autoria, que pretende que, anualmente, no mês de junho, se faça um Evento Oficial tratando da Saúde Preventiva da Obesidade Infantil. Eu acho o Projeto muito interessante, porque nós não vivemos mais à época do “Bebê Johnson”, que, quanto mais gordinho, parecia ter mais saúde. E a Vereadora, com muito conhecimento de causa, está colocando bem, no seu Substitutivo, que a escola deve ensinar às crianças a se alimentarem bem, devem ter todos os cuidados para que não se tornem obesas, porque, na juventude, na idade mais adiantada, a obesidade vai fazer muito, muito mal. Se as crianças forem acostumadas a serem gordinhas quando criança, dificilmente deixarão de ser com o avanço da idade, 17, 18, 20 anos, e vão passar muito trabalho. E ela não só está dizendo que se faça um mês dedicado aos cuidados da infância, mas também está dizendo de que forma: na escola; na coletividade; que tipo de atendimento médico pode ser dado às crianças ou adolescentes com sobrepeso; ela propõe medidas a serem adotadas; realização de exames biométricos. No meu tempo de colégio, por exemplo, se fazia exame biométrico duas vezes por ano, eu não sei se agora ainda fazem, mas é importante que se faça o exame biométrico, as crianças têm que ter verificada a sua saúde. Eu acho o Projeto muito importante e, pela sua sensibilidade, ela colocou um Substitutivo que explicita melhor o que ela inicialmente propunha.

O Ver. Raul Carrion volta com o seu Projeto sobre a colocação de obras de artes plásticas nas edificações de Porto Alegre, que tenham área adensável de mais de 2 mil metros quadrados e estabelece os requisitos para que isso seja realizado. Eu não sei como vai ser recebido no debate aqui na Casa, mas de qualquer forma é um direito que ele tem de apresentar projetos. Ele, como sempre, é muito estudioso, só na apresentação do Projeto são seis páginas, e, na justificativa, contrariando o Parecer da Procuradoria, são mais três páginas; só que esqueceu uma coisa que a Procuradoria disse, mas ele não fez. Trata-se de um Projeto de Lei que altera uma Lei Complementar, então o Projeto de Lei tem que ser Projeto de Lei Complementar, apenas acrescente a palavra “complementar” para que seu estudo possa ser analisado.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Vossa Excelência me honra com o seu aparte.

 

O Sr. Raul Carrion:  Ver. João Antonio Dib, em primeiro lugar, quero lembrar que este Projeto foi aprovado por esta Casa e sofreu um Veto. Portanto já havia tramitado em todos os setores e, inclusive, a Procuradoria entendeu, na primeira tramitação, que não precisava ser um Projeto Complementar. Na contestação, nós mostramos essa contradição flagrante da Procuradoria.  Em segundo lugar, este Projeto, como foi vetado, tivemos conversações com o Sr. Prefeito,  com a Administração, com os empresários, fizemos algumas modificações atendendo às preocupações, e há um grande acordo nesta Casa para nós avançarmos. Mas vamos debatê-lo, evidentemente. Muito obrigado.

 

 O SR. JOÃO ANTONIO DIB:  Nobre Vereador, eu disse realmente que V. Exª voltava com o seu Projeto e apenas entendo que, modificando o Código de Edificações, que é uma Lei Complementar, deve também ser uma Lei Complementar, mas é um problema a ser decidido, apenas acrescentar a palavra “complementar”, evidentemente modificará o quórum para votação.

O Ver. Ervino Besson esta denominando a Praça nº 974 de Praça José Francisco Martins, localizada no bairro Sarandi.

Hoje, uma Pauta modesta, e eu gostaria que a Pauta sempre fosse modesta, para que nós pudéssemos estudar os problemas mais sérios que, às vezes, nós deixamos de lado. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado, Excelência.

Eu solicitaria ao Ver. Haroldo de Souza que assumisse a presidência dos trabalhos, enquanto o Ver. Luiz Braz  se expressar na tribuna, e logo a seguir V. Exª poderia passar ao Ver. Luiz Braz a presidência dos trabalhos, uma vez que este Presidente precisa estar em representação externa.

O Ver. Luiz Braz, a meu pedido, compareceu à solenidade do TRE, onde assuntos de nosso interesse e interesse da comunidade foram tratados, para o que lhe chamo a dar notícias de sua representação externa no Tribunal Regional Eleitoral.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Tempo Especial.

 

(O Ver. Haroldo de Souza assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Haroldo de Souza, 1º Secretário, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; senhoras e senhores, na segunda-feira, no final de tarde, solicitado pelo Presidente, fui ao TRE  participar de uma solenidade. Participei da solenidade, voltei  e peguei o final da Sessão da segunda-feira, porque ela se alastrou pelo início da noite, então,  tive a oportunidade de participar dos instantes finais da Sessão de segunda-feira.

Eu fiz algumas anotações e gostaria de passá-las aos Srs. Vereadores, porque tudo aquilo que pensa a sociedade a respeito desta Câmara e dos Legislativos em geral eu acredito que é bom que nós tenhamos ciência, para que possamos, realmente, quem sabe, melhorar, aqui, os nossos trabalhos em função de bem representarmos a sociedade.

Fui representar esta Câmara Municipal na solenidade de inauguração de fotografia do ex-Presidente Desembargador Monte Lopes na Galeria dos Presidentes do TRE. Como representante deste Legislativo e como amigo do Desembargador, fui tratado com todo o respeito, como não poderia ser diferente. Mas o discurso do Desembargador Monte Lopes refletiu um momento na sociedade que deve preocupar cada um de nós que fazemos parte desta instituição.

Disse Monte Lopes, um resumo que me atrevo a fazer, que os Legislativos – e ele não falava, é claro, da nossa Câmara Municipal, mas dos Legislativos – não estão à altura dos anseios da sociedade. Quem está falando isso é um Desembargador, um dos mais altos representantes do Poder Judiciário. As leis que vão surgindo no dia-a-dia de cada instituição similar à nossa não preenchem as necessidades do conjunto de toda a sociedade, exigindo do Judiciário um esforço maior para suprir as lacunas deixadas pelos legisladores que ao mesmo tempo vão perdendo credibilidade junto aos cidadãos em geral.

Quando retornei, meu amigo Vendruscolo, a esta Casa que amo e respeito, recebi a informação que naquele dia, na segunda-feira, 8 de maio de 2006, nós havíamos votado cerca de 60 proposições, ou algo parecido. Fiquei me questionando quantas dessas proposições discutiam os reais anseios da sociedade, como, por exemplo, questões ligadas à saúde, à habitação, ao saneamento básico ou transporte de passageiros.  Eu confesso que não fiz essa análise para criticar nenhum dos colegas e muito menos para criticar os Partidos aqui representados; tomei essa liberdade, a fim de colaborar com uma discussão que não é apenas dos Vereadores, mas que toma conta de toda a sociedade: para que servem os Legislativos? E este é o questionamento que estamos fazendo praticamente em todos os setores da sociedade, não apenas no Judiciário. Mentirosa seria a resposta de que servimos para fazer leis, pelo menos essa não é toda a verdade. Nós devemos principalmente atuar como fiscais na aplicação das leis e como atualizadores das muitas legislações que já caem em desuso. Eu não vou citar uma a uma, mas, relembrando o que está previsto no Plano Diretor, nós, Vereadores de Porto Alegre, precisamos fazer um reestudo em relação à ocupação dos morros de nossa Cidade. O Plano diz que os cumes dos morros não devem ser ocupados, mas, no Morro da Polícia, por exemplo, a ocupação já é quase total. E não é um problema só de hoje; é algo que já vem há muito tempo e precisa ser revisto, não apenas pelo Executivo, que deve cumprir o seu papel, mas também por nós, Vereadores, que devemos orientar, através do Plano Diretor, novas áreas a serem ocupadas numa possível redestinação daqueles que lá constroem rapidamente as suas casas.

O que nos é colocado versa sobre a importância dos debates que são feitos por cada um de nós que ocupa uma cadeira nesta Casa; a preocupação com uma sociedade que precisa cada vez mais uma sintonia entre ela e suas instituições.

O que o Desembargador Monte Lopes deixou claro, com muita elegância, é que dos três Poderes da República, o que mais descrédito popular angariou nos últimos tempos, sem dúvida alguma, é o Legislativo, apesar dos erros e da corrupção gigantesca que também destrói um pouco da confiabilidade dos demais.

O problema maior que se aponta nos Legislativos, meu amigo Ver. Nedel, é o da falta de qualidade. Claro que a nossa Câmara Municipal tem servido de exemplo positivo para o restante do mundo legislativo, mas nunca é demais lembrar que devemos nos cuidar com as discussões dos diversos temas que preocupam a sociedade em geral.

Eu fiz questão de trazer este tema, porque ele foi tratado durante essa solenidade lá no TRE, e acredito que sempre deve servir de reflexão para cada um de nós, a fim de que a nossa Câmara Municipal possa continuar exercendo as suas funções da melhor maneira possível, representando o conjunto de toda a sociedade.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza):  Solicito que o Ver. Luiz Braz assuma a presidência.  A partir deste momento, o Presidente Dr.  Goulart está em representação externa.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, tendo em vista a importância do assunto trazido pelo Ver. Luiz Braz, eu gostaria de obter cópia do pronunciamento dele, porque é uma matéria para reflexão. E acho que seria importante, também, distribuir para todos os Vereadores, porque, realmente, nos faz pensar.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Obrigado, Ver. João Carlos Nedel, vamos providenciar, então, a cópia para todos os Vereadores.

 

(O Ver. Luiz Braz assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, público que nos assiste, Vereadores do Interior que aqui estão, queria comentar, hoje, os Projetos em 1ª Sessão de Pauta. Primeiro, um Projeto da Verª Neuza Canabarro, que, acredito seja muito objetivo e muito oportuno, pois ele é simples sob o ponto de vista de um Projeto de Lei, mas traz para esta Casa uma preocupação que todos nós devemos ter quanto às políticas públicas. O Projeto institui o Mês da Saúde Preventiva da Obesidade Infantil, no âmbito do Município de Porto Alegre.

O que é que acontece hoje com a juventude e com a infância, principalmente o que mora na periferia das cidades, ou seja, as menos favorecidas? Cada vez mais, as crianças são obesas, são gordas. É o que se chama, popularmente, de falsa saúde das crianças. E isso é uma realidade; seja em casa, seja na rua ou na escola, a criança, desde os primeiros anos de vida, está exposta a uma série de alimentos, como doces, salgadinhos, lanches calóricos e, principalmente, os refrigerantes à base de tubaínas e as bolachinhas hidrogenadas, o que faz com que as crianças das nossas escolas, principalmente as crianças da periferia, com menor poder aquisitivo, comprem esses alimentos, que de alimentos só têm nome, que enganam a nutrição e criam o que se chama a falsa gordura infantil. Isto é muito preocupante, porque, na realidade, a obesidade infantil avançou no Brasil, nos últimos 20 anos, mais de 240%. Duzentos e quarenta por cento!

E, ainda relacionado à obesidade infantil, além dessa lógica de alimentos, muitos deles sustentados na produção dos transgênicos, as crianças se exercitam cada vez menos e consomem cada vez mais esse tipo de refrigerante, esse tipo de salgadinho, esse tipo de produto de todas as ordens. E aí podemos pegar as ditas bolachinhas, aquelas que vêm com recheio colorido, que nada mais é do que gordura hidrogenada, que não faz bem à saúde, muito menos à saúde das crianças. E, cada vez mais, isso se afasta da produção natural de alimentos. Portanto, creio que este Projeto que é trazido aqui tem uma relação histórica: se nós não fomentarmos a agricultura ecológica e a produção e, ao mesmo tempo, um processo educacional dentro de casa e, se não fomentarmos a indústria para que produza alimentos saudáveis, ocorre isso.

 

A Sra. Manuela d’Ávila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, eu apenas gostaria de registrar: o senhor colocou bastante bem no final da sua exposição que nós temos que trabalhar a temática da obesidade infantil e dos adolescentes, visando à substituição da alimentação. Não nos adianta apenas combater determinados alimentos e o excesso, algumas vezes até uma alimentação teoricamente saudável, mas fundamentada em carboidrato - não necessariamente o salgadinho, o biscoito -, como o excesso de pão e outras guloseimas que as crianças consomem. Temos que substituí-los por alimentos saudáveis, pelos vegetais, pelos legumes, pelas frutas, por outros alimentos. E, nas nossas escolas do Município, isso já é feito, foi feito na nossa Administração, inclusive na Administração da Verª Sofia Cavedon à frente da SMED. Muito obrigada pelo aparte.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito obrigado, Verª Manuela d’Ávila. Sr. Presidente, para concluir: este tema é importantíssimo, pois hoje estima-se que 20 a 25% das crianças brasileiras sofrem de obesidade e/ou sobrepeso, o que está diretamente relacionado à falta de alimentação (sic) e à falta de exercícios saudáveis. Portanto, quero aqui cumprimentar a Verª Neuza Canabarro por oferecer este tema à discussão. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Luiz Braz, que preside os trabalhos, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, coincidentemente, nesse final de semana, Vereadores, eu recebi a visita de meia dúzia de jovens, parentes e amigos da minha filha Bibiana, e pedi a eles que fossem até o supermercado comprar verduras. E eu acabei constatando uma situação: esses jovens, nenhum deles soube distinguir - fiz um teste -, nabo de rabanete, couve-flor, couve, repolho, rúcula.  E, conversando com um e conversando com outro, cheguei a uma conclusão: todos me disseram que nas suas casas eles não têm o hábito de consumir verduras. Vejam que situação! E, vendo aqui o Projeto da Verª Neuza Canabarro, eu me dei conta de que nós também temos dois Projetos nesta Casa que seguem na linha do planejamento familiar. E eu acho, sim, que temos que buscar também planejamento alimentar aos nossos jovens e a toda a população.

E vejam que nós chegamos a uma situação surpreendente, Verª João Dib. A minha filha e esses jovens me deram várias informações a respeito dos tipos de alimentos que tem lá no McDonald’s. Lá eles sabem todos os nomes dos lanches e não sabem distinguir os alimentos saudáveis um do outro.

Então, quero cumprimentar a Verª Neuza Canabarro pela iniciativa e, assim como nós temos Projetos, e temos discutido muito, e eu vejo como uma bandeira que devemos defender, que é o planejamento familiar, eu acho que nós temos que ter, sim, um trabalho, Ver. Ervino Besson, na área do planejamento alimentar, porque, realmente, eu me dei conta de que os nossos jovens, se não conhecem, não estão se alimentando como deveriam se alimentar, especialmente no caso que citei aqui, consumindo legumes e verduras, até porque não sabem distinguir um do outro.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, além de ser um excelente Projeto, também quero saudar V. Exª pelo pronunciamento. E vou mais além um pouco, o nosso povo gaúcho e brasileiro não tem muito o hábito de consumir frutas e verduras, principalmente na área dos folhosos. Eu quero dizer a V. Exª que o Chile é hoje um dos maiores exportadores de frutas do mundo, e a dimensão territorial do Chile é menor do que o próprio Rio Grande. Mas o Governo investiu muito na pesquisa. E mais, Vereador, a perda de frutas do Chile hoje não chega a 4% e, quando atinge os 4%, para eles, é um horror, é um pavor, porque os Governos, os órgãos públicos estão juntos com o produtor. E V. Exª sabe qual a nossa perda de algumas qualidades de frutas aqui, inclusive de verduras? Passa de 30%, meu caro colega Vereador.

Então, temos que fazer um trabalho muito forte em cima dessa área. Sem dúvida nenhuma, este Projeto vem nesta linha e, logicamente, o pronunciamento de V. Exª Sou grato pelo aparte.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, quero cumprimentá-lo pela lembrança que traz, pelo assunto que traz à tona, do consumo de legumes, de vegetais e frutas pelas crianças, que, realmente, a cada dia consomem menos. V. Exª levanta muito bem o problema, e eu já vi em Porto Alegre escolas que tinham horta, mostrando para as crianças a importância do consumo de vegetais e legumes.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu, realmente, estou convencido de que nós devemos trabalhar mais nessa linha.

Inclusive, Vereador, não tem nada a ver com o assunto, mas é na mesma linha, há um Projeto do Ver. Professor Garcia que trata de um minizoológico nos colégios. Os nossos alunos, infelizmente, perderam um pouquinho daquilo que nós tínhamos e temos, porque vivemos numa outra época, nos criamos em outro momento, no qual consumíamos alimentos mais saudáveis. Acho que nós temos que trabalhar nessa linha para resgatar mais saúde. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Nereu D'Avila está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Luiz Braz, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, em 3ª Sessão de Pauta, o Projeto de Resolução de autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o Prêmio “Construtor da Paz” à Legião da Boa Vontade, LBV, na categoria “associação da sociedade civil sem fins lucrativos”. Quero cumprimentar, Ver. Luiz Braz, V. Exª por essa significativa homenagem e referência a uma entidade que V. Exª participa, há algum tempo, a LBV, que este ano fará 50 anos da atuação do Paiva Neto na instituição. Tenho também acompanhado algumas das iniciativas da LBV – Legião da Boa Vontade – e podido dimensionar a importância que ela representa, que ela tem, não só no Rio Grande do Sul, mas, de resto, no Brasil. E este ano comemorar-se-á, no Rio Grande do Sul, o cinqüentenário de fecunda e magnífica atividade de Paiva Neto, ele que é o grande líder da LBV, que faz um trabalho pastoral no Brasil, voltado à valorização do ser humano e, em especial, das crianças.

A LBV possui várias entidades no Brasil, vários instrumentos, vários espaços onde as crianças despossuídas da família têm a oportunidade de receber tratamento compatível, como se na sua família estivessem. Então é uma obra extraordinária, a obra de Paiva Neto. E nós teremos, com a vinda do Paiva Neto às festividades do seu cinqüentenário de atividades na LBV em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, a oportunidade de estar com ele, recebendo-o pessoalmente, recebendo exatamente essa comenda, esse Prêmio de “Construtor da Paz” para sua entidade, a LBV.

Temos aqui, historicamente, uma entidade da LBV em Glorinha. Impressionante é  que, certa vez, estando lá, eu pude acompanhar um bom locutor que estava fazendo apresentação numa das festividades da LBV, Ver. João Antonio Dib, e era um menininho que a LBV acolheu. Um menininho de rua abandonado, despossuído, a LBV acolheu e estava lá trabalhando, fazendo a apresentação. Então vejam que obra magnífica, extraordinária, que a LBV faz, no Brasil, sob a liderança de Paiva Neto.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero fazer coro com V. Exa: o Ver. Luiz Braz age muito bem dando o Prêmio “Construtor da Paz”. Constrói-se a paz construindo o homem, e o homem se constrói pacífico quando ele tem amor, carinho e solidariedade.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sou grato ao aparte de V. Exª e encerro, Sr. Presidente. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Muito obrigado, Ver. Elói Guimarães, pela sua participação.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Luiz Braz, demais Vereadores, Vereadoras, na Pauta do dia de hoje – o Ver. João Dib já fez referência a ele – está um Projeto meu, com que nós reingressamos neste ano, referente às obras de arte em prédios com mais de 2.000 metros quadrados.

Para relembrar os fatos, eu entrei com a primeira versão deste Projeto no dia 14 maio de 2003, portanto há quase três anos. Ele tramitou na Casa, teve pareceres praticamente todos favoráveis, a Procuradoria da Casa teve concordância, não levantou, Ver. Dib, o óbice de ser uma lei complementar, porque, na verdade, incide sobre os prédios públicos, mas não sobre a estrutura construtiva e as normas construtivas; ele trata da questão da colocação de uma obra de arte no prédio.

Esse Projeto foi votado, aprovado por esta Casa, em concordância, inclusive, com a Liderança do Governo, que nós consultamos antes de colocar em votação, e foi para sanção. Para uma certa surpresa da Casa e minha, o Projeto foi vetado na sua totalidade. É verdade que ele sofreu inúmeras emendas. Quero dizer inclusive que eu era contrário a algumas por entender que não eram boas emendas. Mas, como vinham do próprio Partido do Governo, outras vieram do Setor de Artes Plásticas da Prefeitura, nós acolhemos, porque entendemos que a construção é sempre uma negociação que busca a confluência de idéias, e o Veto se deu inclusive em cima de fatos que essas Emendas colocaram.

Isso posto, nós tivemos uma negociação com o Governo Municipal. Mostramos a importância do Projeto para a Cidade, que inclusive os problemas apresentados tinham origem no próprio Governo, e chegamos ao entendimento de simplificar algumas coisas e contornar outras. Como o Projeto havia sido derrotado, nós necessitávamos, evidentemente, de maioria absoluta de assinaturas, inclusive, para reingressar neste ano.

Mediante esse grande acordo, Ver. Bernardino, enviamos um novo Projeto, que, na verdade, é mais próximo do Projeto original que já havia tramitado na Casa, e contamos, conforme era combinado, com o apoio da Bancada do Governo nesse sentido.

Houve uma preocupação da Procuradoria da Casa, não demonstrada na primeira tramitação, que nós contestamos, inclusive mostrando a argumentação anterior da Procuradoria, e queremos, portanto, o apoio desta Casa. Esperamos que a CCJ, conforme o acordo construído com a Prefeitura, o aprove, e, tendo em vista que na parte dos outros elementos já está com o acordo da maioria da Casa, podermos votar, se possível, ainda no primeiro semestre.  Então, esse é o primeiro Projeto que nós queríamos colocar.

O segundo Projeto é o Projeto da Verª Neuza Canabarro, um Substitutivo também, que procura enfrentar a questão da obesidade infantil e coloca uma série de regramentos para que possamos enfrentar, principalmente em escolas públicas e no aprendizado, hábitos alimentares adequados. Então, também nos parece positivo esse Projeto e queremos também referir o nosso apoio. Vamos estudar, evidentemente, com atenção, ver se temos alguma Emenda a propor, mas nos parece que o tema em si é importante: já desde a infância, nós enfrentarmos essa problemática da obesidade infantil. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Está encerrada a Pauta.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, nobres colegas, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, no dia 8 de maio, nós estivemos representando esta Casa e também recebendo a condecoração da Medalha Mascarenhas de Moraes. O fato foi no Colégio Militar, a chuva atrapalhou, autoridades presentes, Prefeito presente, diversas autoridades civis e militares. Eu trago, e vou ler partes, gostaria de transcrever, mas parece que aqui a Casa não aceita transcrição, de um febiano, que, talvez com 83 anos - tínhamos lá cerca de vinte, ainda vinte em condições de saúde, dessa plêiade de soldados que um dia partiram da nossa terra em busca da defesa da democracia no mundo –, fez o seu desabafo. Vê-se pelo seu relato a mágoa desses remanescentes, como a história está tratando, a história da guerra, daqueles que embarcaram, daquilo que eles defenderam. Então, Sr. Presidente, eu vou ler alguns trechos de um desabafo que emocionou a todos, porque ele dizia: “Fomos para a guerra para aprender a lutar, fomos com um material que... Entrávamos para a guerra e recebíamos um armamento, não sabíamos nem manusear e íamos defender, no campo de batalha, a própria vida.” E ele fala, entre outras coisas: “Lamentavelmente, essas bandeiras, aos poucos, foram esmaecendo com o tempo”. A bandeira que eles foram lá defender: a liberdade, a paz, a democracia, a ética e a moral. Lamentavelmente é isso. “Hoje, ao que se nota a falta de esperança do povo num futuro grandioso pelo qual lutamos. Vicejam a mentira e a desfaçatez, que aceita até o descarte do ser humano como fato normal” – com isso ele se refere aos dias de hoje.

“Onde está o nosso direito de ir e vir livremente? Estamos prisioneiros em nossas casas. Cadê a liberdade que fomos buscar na Itália para desfrutar as belezas e o aconchego que este País oferece?

“Por isso, meus senhores e minhas senhoras, está na hora de retomarmos as veredas da honestidade, do amor à Pátria pelo nosso progresso! É chegada a hora da ação na escolha dos nossos representantes através do voto. Estão aí, a pedir socorro urgente, nossa saúde, nossa segurança e nossa sucateadas rodoferrovias, entre as principais.

“Pedimos a Deus para que nem tudo esteja perdido, pois essa retomada está em nossas mãos, na nossa vontade, naqueles  a quem confiarmos nossa esperança!

“O espírito febiano que o ‘pracinha’ assimilou nos campos de batalha para defender a Pátria tem de reencontrar abrigo em cada pensamento, em cada ação, em cada consciência.

“Nossos antepassados orgulhavam-se do ‘fio do bigode’” - dizia ele – “para empenhar a palavra. A FEB” - e os febianos – “provou nos campos de batalha seu amor à Pátria ‘com o sacrifício da própria vida’.

“Somente juntos, unidos, poderemos restabelecer esse caudaloso rio de esperança! Basta conhecermos e sabermos a quem delegar a nossa confiança... a nossa fé!

“E, do alto desse pedestal, conscientes, façamos uma homenagem aos nossos companheiros que se imolaram em sangrentas batalhas em busca de paz, liberdade e amor; aos companheiros que já nos deixaram, nesses últimos 61 anos, aos companheiros que, aqui hoje, resistem à inexorabilidade do tempo, aos amigos italianos que aqui vieram, recentemente, para a XVII Encontro Nacional, trazendo, no caloroso abraço, o reconhecimento pela libertação da sua Pátria que ajudamos a conquistar.

“Pedir finalmente – finalmente, pedir àqueles que nos ouvem que guardemos, respeitosamente, na história o toque de vitória... Sim, o Toque de Vitória, cujos acordes homenageiam também as nossas Forças Armadas, que ainda são o resguardo do nosso País.”

Sr. Presidente, um desabafo dos remanescentes; de 25 mil que embarcaram, hoje persistem em torno de cem a duzentos ainda vivos no nosso Brasil. E achávamos que a história, o reconhecimento de um povo, teria que ter uma praça repleta para as homenagens aos últimos herdeiros dessa coragem viva da nossa Nação. É isso que eu queria registrar, Sr. Presidente, e agradeço pela atenção dos senhores. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Agradeço a V. Exª, Ver. Ismael.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, vou trazer de púbico um caso que vivi hoje de manhã, em função de, depois de 36 anos de carteira assinada, trabalhando em diversas escolas, ter ido, hoje, ao Posto do INSS solicitar a minha aposentadoria. Cheguei lá às 7h45min e fui atendido às 14 horas. Quero registrar, porque aproveitei e fiquei conversando com a comunidade que lá estava. Às 7h45min entrei numa fila, às 8h40min ganhei uma senha, e às 14 horas me chamaram. O atendimento é bom, mas faltam recursos humanos.

Havia mais de quinhentas pessoas, ali, no Posto de Atendimento do INSS, na Av. Bento Gonçalves; as pessoas estavam cansadas, mas nenhuma delas com raiva, só diziam que é inconcebível - e este Vereador entende também que é inconcebível -, ficar seis horas e quinze minutos para ser atendido. Havia pessoas acima de 70 anos, 75 anos, e não havia lugar para que todos pudessem esperar sentados.

Então, eu vejo que isso aí é um pouco do descaso do que está ocorrendo hoje com a coisa pública de uma maneira geral. Vou, inclusive hoje, enviar um ofício ao Superintendente do INSS para que tenham um cuidado maior com a população, que é uma população simples, humilde, que vai lá buscar os seus mais diferenciados benefícios. O que eu presenciei hoje, in loco, foi algo constrangedor, Ver. Luiz Braz. Porque se pelo menos tivesse condições de as pessoas ficarem acomodadas, sentadas, mas não é assim. Chega um determinado momento, pelo volume de pessoas, que é ininterrupto... Alguns me disseram, por exemplo, que chegaram às 3 horas da madrugada, para conseguirem um lugar melhor na fila. Estavam molhados, porque às 6h30min choveu torrencialmente e eles estavam na rua, porque os portões abrem somente às 8 horas.

Tenho de fazer este registro, porque, hoje, conversando com aquelas pessoas, elas diziam que não conseguem entender - assim como todos nós -, onde está o retorno da sua contribuição! Pagamos, cada vez mais, impostos e tributos no nosso País e não temos a contrapartida do serviço merecido.

Faço este registro lamentável e vou pedir para que o Superintendente do INSS transite por lá e verifique o que hoje constatamos, de forma clara.

A população, quando vai solicitar algum beneficio, ou buscar alguma informação no INSS - coisas simples -, leva de 6 horas para mais, para ouvir que, simplesmente, está faltando um documento e que voltem outro dia.

Ou seja, enfrentarão o mesmo problema das filas, porque o INSS não consegue fazer um atendimento diferenciado, agilizado. Deveriam perguntar às pessoas exatamente o que desejam, o que querem; deveriam fazer uma triagem inicial, porque talvez grande parte daqueles assuntos não merecesse nenhuma fila, ou que a pessoa, ao retornar, viesse com a documentação correta.

Então, venho de forma fraterna registrar o meu protesto pelo que presenciei hoje no posto do INSS, em Porto Alegre. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Não há mais nenhuma Bancada inscrita para Comunicação de Líder. Pediria que as Bancadas se inscrevessem porque, tão logo se abra o painel para registrar as presenças, as Bancadas não mais poderão se inscrever; portanto, peço que as Bancadas se inscrevam com antecedência.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste nas galerias, público da TVCâmara, ouvi, atentamente, o pronunciamento do meu estimado colega Professor Garcia, o que ele presenciou hoje,  pela manhã, ao ficar  seis horas e quinze minutos na fila no INSS solicitando os seus direitos. Ver. Professor Garcia, é um direito adquirido por V. Exª, legalmente, por um dever cumprido com o seu trabalho, com a sua contribuição para a nossa Previdência Social. Eu quero dizer a V. Exª que é o início do sofrimento, Vereador. Digo isso, porque com o passar do tempo V. Exª irá receber legalmente, por direito, pelos 36 anos de serviços prestados na área da Educação, e em outras áreas como  Vereador desta Cidade.

Por que digo que é o início de um sofrimento? Num pronunciamento que eu fiz há poucos dias aqui nesta tribuna, eu relatei o tratamento que estão recebendo os aposentados do INSS, apesar de o nosso Presidente da  República, Luiz Inácio Lula da Silva, ter dito claramente, religiosamente, publicamente que iria recuperar os  vencimentos dos aposentados, aquilo que lhes era de direito e de lei. Isso só no discurso, na teoria, porque na prática nada disto está acontecendo.

O aumento do salário mínimo foi de 16,6%, e sabe quanto foi o dos aposentados? De 5%! Depois do pronunciamento que eu fiz nesta tribuna, meu caro Presidente, as muitas pessoas que assistem ao Canal 16 me ligaram, me procuraram, principalmente os aposentados, reclamando desse miserável aumento que receberam. Muitos aposentados não chegaram nem a receber 5%; receberam 2%, 3%, 4%. Não sei quem faz esses cálculos! Quem é o economista que trabalha na nossa Previdência Social e que faz esses cálculos? Quer dizer que esses aposentados, que durante 30, 40 anos contribuíram com o seu trabalho, religiosamente, descontando para o INSS, para terem uma vida mais digna, para terem qualidade de vida juntamente com os seus familiares, recebem cada vez menos?! A cada aumento do salário mínimo, a aposentadoria diminui mais. Isso é valorizar o nosso cidadão, a nossa cidadã? Homens e mulheres que prestaram relevantes trabalhos? É esse o tratamento aos aposentados? É essa visão que o nosso Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tem do nosso aposentado? Essas pessoas, que exerceram o seu trabalho com dignidade, com esforço, e muitas vezes com tanto sacrifício, que contribuíram com a nossa Previdência, de repente, aposentam-se e vêem seus salários diminuírem cada vez mais.

Ver. Professor Garcia, por tudo isso o início do seu sofrimento. No decorrer dos anos, V. Exª deveria receber aquilo que contribuiu, que lhe é de direito; mas não, e o sofrimento vai-se aproximar de Vossa Excelência. Tomara Deus que nós tenhamos muitos anos de vida, que nós possamos também, talvez, no outro mandato, vir a esta tribuna e confirmar o que eu estou dizendo! É assim que o aposentado é tratado, meu caro Vereador: a pessoa contribui por longos anos e, ao se aposentar, tem o seu salário cada vez mais minguado. Pelo amor de Deus! Será que essas pessoas, que tanto trabalharam, que tanto lutaram, no momento em que podem ter uma vida digna, receber um vencimento digno para uma qualidade de vida melhor, não o têm, infelizmente isso não acontece.

Portanto, meu caro Presidente, encerro, dizendo: talvez um dia os homens que têm a responsabilidade de governar este País, tenham um pouco mais de dignidade, um pouco mais de humanidade com os nossos queridos aposentados, que deram tanto ao longo de suas vidas para o engrandecimento desta nossa Pátria. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE  (Luiz Braz): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; eu gostaria de registrar, Ver. Raul Carrion, Ver. Haroldo de Souza, Verª Sofia Cavedon, que estavam presentes ontem na reunião da Comissão de Educação, Cultura e Esportes,  Comissão que eu presido, achamos que todos nós, Parlamentares e cidadãos da nossa Porto Alegre, e todos os que nos assistem pela TV Câmara, devemos-nos sensibilizar e tratar de agir, Ver. João Antonio Dib. Nós estivemos, ontem, com a Diretora-Geral da Biblioteca Pública do nosso Estado, porque foi aprovada a restauração do seu prédio através do Projeto Monumenta, por ser um prédio histórico. O Projeto Monumenta vai restaurar toda a Biblioteca, vai devolver a beleza das suas obras de artes, do prédio, que também é uma obra de arte, e é patrimônio deste Estado e deste País. Entretanto, a Biblioteca, para ser reformada, Ver. Luiz Braz, deve permanecer fechada por um período de oito meses a um ano. Qual problema isso ocasionaria? Nós não temos, hoje, nenhuma alternativa de espaço para colocar as obras da Biblioteca Pública do Estado. Isso significa que, se nós não invertermos urgentemente essa situação, a população de Porto Alegre, a população gaúcha pode ficar sem acesso a uma biblioteca como essa, com 180 mil volumes - embora com uma capacidade para 30 mil, conforme nos explicou ontem a Diretora, ao Conselho de Biblioteconomia, ao CREA, ao IAB, que estavam presentes. Nós temos de conseguir uma solução. A nossa Comissão  - e deve estar sendo protocolada agora -, está apresentando uma moção para que nós, os 36 Vereadores, tentemo-nos reunir com o Governador Germano Rigotto, com o Secretário de Cultura, Vitor Hugo, para que possamos, juntos - Município, Estado e Governo Federal -, resolver a questão. O Ver. Adeli Sell, que foi proponente dessa reunião, propôs que nós conversássemos com a Receita Federal, porque, conforme o Vereador, a Receita possui uma série de prédios espaçosos que comportariam esse acervo. Nós queremos, Ver. Ibsen Pinheiro e Ver. Haroldo de Souza, que são do PMDB, Partido do nosso Governador, nos reunir com o Governador e com o Secretário de Cultura para viabilizarmos uma solução. É inadmissível, Vereadora e Professora Neuza Canabarro, que nós fechemos uma biblioteca como a nossa durante um ano. Em que local os jovens de Porto Alegre, da universidade pública vão estudar? Em que local, durante um ano, as centenas de pessoas que acessam gratuitamente a Internet na Biblioteca, que lêem os jornais, que procuram emprego, através dos jornais disponibilizados na Biblioteca Pública Central do nosso Estado, em que local essas pessoas vão trabalhar, vão estudar, vão buscar as obras que são disponibilizadas? Nós não estamos tratando aqui de uma reforma que vá durar um dia, um mês ou uma semana, nós estamos falando que a população gaúcha pode ficar um ano sem acesso ao patrimônio cultural e educacional que ali dentro está situado.

Portanto queremos que esta Casa, Ver. João Antonio Dib, Verª Margarete Moraes, abrace conosco a causa da Biblioteca Pública do Estado, do seu acervo, e garanta que a população vá ganhar um prédio restaurado, sim, uma nova obra de arte no Centro da nossa Capital, que é a restauração financiada pelo Projeto Monumenta, mas que vai continuar tendo acesso ao acervo de cultura da história gaúcha que está lá dentro, aos acervos de literatura geral que estão situados dentro da Biblioteca, enfim, à Internet, aos periódicos, tudo aquilo que é oferecido gratuitamente à população do nosso Estado.

Esse acervo pode ser descentralizado momentaneamente para que não se feche; portanto acho que esta não é uma causa da nossa Comissão somente, nós vamos procurar a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, nós queremos sentar com o Prefeito Municipal, que também pode disponibilizar espaço, com o Governo Federal, com o MINC, enfim, com todos aqueles que possam ajudar a população do nosso Estado e a população de Porto Alegre. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado, Verª Manuela.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, também quero fazer coro com a Verª Manuela D’Ávila; quando eu cheguei em Porto Alegre, o primeiro prédio público que conheci foi exatamente a Biblioteca Pública, eis que morava na Rua da Ladeira, a alguns metros da Biblioteca. Essa reforma que está sendo anunciada, de oito meses a um ano, realmente vai trazer grandes transtornos para a população porto-alegrense que necessita pesquisar, que necessita ler os jornais do dia, que necessita consultar algum livro cujo acesso é difícil, é caro, as pessoas não podem comprar. Lembro-me muito bem que estudei para o vestibular de Engenharia lá na Biblioteca, consultando livros que me facilitaram bastante o trabalho.

Acho que o INSS tem muitos prédios em Porto Alegre que estão desocupados, desativados e que poderiam ser cedidos. Acho também que a Prefeitura, talvez onde está hoje o Escritório Porto-Alegrense de Turismo, possa ter local para abrigar a Biblioteca Pública por um ano, talvez precise se fazer algumas pequenas obras e, claro, precisa-se fazer prateleiras para colocar aquele magnífico tesouro que há lá na Biblioteca. Há livros de valor extraordinário, há obras artísticas. Há muita coisa bonita. Eu acho que nós devemos somar esforços, sim, com o Governo do Estado. Eu sei que lá na Rua Acélio Daudt, no n.º 130 ou n.º 140, tem uma casa do Estado vazia, é uma casa muito grande, talvez dê para fazer. Acredito que muita coisa aí pode ser pesquisada com alguma urgência até, para que esse trabalho da Biblioteca possa ser feito em menos tempo, pois, se ela estiver desobstruída, é fácil trabalhar; tendo que deslocar prateleiras, livros, cuidar e proteger, e o pó vai estragar... Eu acho muito importante o problema que a Verª Manuela levanta e penso que todos nós devemos ser solidários na pesquisa do local para instalar este acervo maravilhoso da Biblioteca Pública, que realmente é um prédio bonito e que tem nas suas fachadas figuras extraordinárias da história do mundo.

Portanto, cumprimentos à Verª Manuela, e tenha a minha solidariedade e o meu apoio, a minha Bancada toda se coloca à disposição. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Não havendo mais Bancadas inscritas para Liderança... Eu estou pedindo para se inscreverem com antecedência. Peço que todas as Bancadas façam isso, para não ter o dissabor de abrirmos o painel e aí alguma Bancada ficar de fora do tempo de Comunicação de Líder. Inscreve-se agora a Bancada do PT.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, trato do tema do trânsito de Porto Alegre, já há algum tempo queríamos trazer para cá preocupações em relação a mudanças significativas que vão acontecendo na Cidade, que não sabemos onde estão, ou com quem foram discutidas, onde está o foro dessas decisões. Mudanças que ensejam uma piora no serviço do transporte público, pelos sentidos delas. A CARRIS está barateando os seus ônibus, Ver. João Antonio Dib. Importantes mecanismos que foram conquistas da Cidade, não falo nem do ar-condicionado, que é direito num calorão andar percursos longos com conforto ou com climatização, nem falo da suspensão hidráulica, que dá uma segurança, que dá um conforto maior; mas falo principalmente da localização do motor dos ônibus, que foi uma conquista fundamental dos motoristas, porque aquele motor dianteiro que havíamos abolido, que é um motor que fica fazendo um grande barulho e aquecendo ao lado exatamente do servidor que passa o dia rodando na Cidade, num trabalho estressante, porque o trânsito é estressante, com tensão o tempo inteiro com os transeuntes; atenção com quem entra, com quem sai. Pois o motorista está recebendo desta Administração a volta do motor ao seu lado, que provoca um barulho insuportável, o que vai certamente incidir na sua saúde, no seu desempenho no trabalho.

Outro elemento que nos preocupa em relação à CARRIS e ao custo da passagem é que estamos vendo mudanças nas linhas como a Auxiliadora e São Caetano, que são linhas mais curtas. A linha Auxiliadora é a de maior equilíbrio, de melhor custo, qualidade, trajeto, passageiro e custo da passagem, ou seja, a que mais beneficia a Empresa. Pois essa linha é da CARRIS, uma empresa pública da Prefeitura. E, para nosso espanto - sem sabermos com quem foi feita a discussão - apareceu a Unibus e a STS fazendo essa rota. Qual é essa decisão? Uma decisão que passou o filé mignon do trânsito à empresa privada, Ver. Sebenelo, e retira da CARRIS - empresa pública -  a linha Auxiliadora e São Caetano?! E não fomos nós que vimos isso. Eu tenho colegas municipários andando de ônibus mandando mensagens para mim: “Olhe aqui, era da empresa pública agora é de empresa privada!” Mas qual é o sentido dessas mudanças? A CARRIS barateando o seu carro, colocando carros que não vão mais dar segurança, tranqüilidade, comodidade, e passando a assumir, quiçá, as linhas mais periféricas, mais longas, e o filé mignon para as empresas privadas? Será que, de novo, no mesmo sentido – que é o sentido que estamos vendo, Verª Margarete Moraes –, da privatização do Araújo Vianna, da privatização do uso da Usina do Gasômetro, da terceirização de todo o DMLU? É esse o sentido, a cidade de Porto Alegre sendo entregue à iniciativa privada?

E ao lado disso, a estratosférica ampliação das multas, escandalosa, eu diria! Em janeiro de 2005, os agentes de trânsito aplicaram 5.600 multas; em janeiro de 2006, eles aplicaram 12.700 multas; em fevereiro de 2005, 5.112; em fevereiro de 2006, 11.915 multas! Mais do que o dobro! Os controladores eletrônicos, a mesma coisa, passaram de 7.000 multas, em fevereiro de 2005, para 12.700 multas! Controladores móveis! Eu gostaria que aqui, os Vereadores da base do Governo – antes oposição -, que chamavam de “pardais arrecadadores”, que chamavam o PT de arrecadador, de viver das multas, explicassem esta postura, enquanto retira um conforto do trabalhador, que anda de ônibus, aplicam multas ao cidadão! É na mesma linha do tarifaço do Sr. Rigotto e da extinção da tarifa social da água, que o Sr. Rigotto aplicou! Olha só, quem tem imóvel de até 60 metros quadrados e consome, no máximo, até 10 metros cúbicos de água por mês, teve uma redução da tarifa social: antes pagava 15 reais, agora, paga 38 reais a água, Ver. João Antonio Dib, V. Exª que foi do DMAE! Isso, sim, é uma aplicação fiscalista, arrecadatória nos mais pobres! E é isso que nós estamos vendo no Estado do Rio Grande do Sul e na cidade de Porto Alegre. É lamentável, mudando para pior! (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Verª Sofia Cavedon, às vezes, “levantando esse tipo de bola”, por exemplo, de aumento fiscalista, não se lembra do aumento que o Dr. Todeschini ordenou, no tempo em que ele era Diretor do DMAE; um aumento estapafúrdio. Sr. Presidente, por favor!

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Eu paro o tempo de V. Exª e solicito que, por favor, os Srs. Vereadores respeitem o orador que está na tribuna. Devolvo-lhe a palavra, Ver. Sebenelo.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: É muito interessante, porque todos eles defendem o trabalhador. Eles só não dizem que o Presidente Lula se aposentou com 22 anos de serviço e tem um salário de aposentado de 8 mil e 800 reais. Ele é o representante, indiscutivelmente, do nosso sofrido trabalhador! Tão sofrido que ele foi, não é? Nunca trabalhou, viajou pelo mundo inteiro, mandou os filhos serem educados na Europa com o salário de metalúrgico! Coisa mais linda!

Mas, na última Sessão, a de segunda-feira, o Exmo Sr. Ver. Raul Carrion rapidamente chegou ao microfone de apartes e disse que a OAB havia rejeitado o trabalho do Relator, não aceitando o impeachment do Presidente Lula. Só que  ele disse a verdade pela metade, porque, ao mesmo tempo em que a OAB rejeitou o impeachment por outros motivos que não os mesmos que autorizaram a apresentação da queixa-crime, ela autorizou a queixa-crime por considerar o Presidente envolvido em todo o escândalo e em todo o mecanismo de ação do “valerioduto”. E isso foi comemorado como uma grande vitória do Partido dos Trabalhadores. O Ministro Tarso Genro disse: “Ah, que bom, rejeitaram o impeachment!” Apenas indiciaram o Presidente, consideraram-no criminoso - esse foi o termo mais afetivo que usavam para o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso. Hoje, o Presidente é considerado criminoso pela Procuradoria-Geral, vai ser investigado, e vão ser aprofundadas as investigações. Talvez, afora esse vai-não-vai dos depoentes, que ora dão entrevista, ora desmentem, nós vemos que a verdade precisa ser muito bem apurada. E o que nós achamos que deva prevalecer é exatamente essa idéia de que o impeachment seria um absurdo, seria um pedido não muito talentoso da OAB, no momento em que essa mesma Câmara, que absolveu um número muito grande de Deputados que estão incriminados no “mensalão” - que foram absolvidos em pleno plenário na Câmara Federal -, poderia fazer a mesma coisa em relação ao Presidente Lula, porque, segundo Sílvio Pereira, continuam o “mensalão” e o valerioduto”.

Por isso, então, de uma forma mais inteligente, foi retirado esse pedido. Mas foi confirmada a queixa-crime junto à Procuradoria-Geral da República, que não só vai aprofundar as denúncias feitas pela OAB, mas também o Tribunal de Contas do Estado e da União - e essa é uma das razões da perda do sono do Presidente da República -, vão investigar todos os contratos que, manipulados da forma como são pela máquina pública e pelo patrimonialismo do Partido dos Trabalhadores e pelo Presidente, transformariam a verba para reeleição do Presidente Lula em apenas um bilhão de reais, Sr. Presidente. Pensem nisso.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Peço que os Srs. Vereadores prestem atenção a um convite para todos os Srs. Vereadores e também para aqueles que estão aqui na Casa. (Lê): “O Ver. Ervino Besson tem a honra de convidá-lo para a sua posse como Presidente do Secretariado de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre” - parabéns, Ver. Ervino Besson -, “dia 11 de maio de 2006, às 8 horas. Haverá missa, e, após, cerimônia de posse, na Av. Ipiranga, n° 1.155.” Agora, o Vereador será chamado de Dom Ervino Besson. Parabéns a você, Ervino. (Palmas.)

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Em votação o Requerimento, de autoria das Lideranças da Casa, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, conforme listado a seguir: PELO nº 005/05; PLL nº 255/04; PLL nº 050/06; PR nº 019/06; PR nº 023/06; PR nº 050/06; PLE nº 028/04; PLL nº 302/05; PLCL nº 004/96; PLL nº 190/05; PLL nº 066/05; PLE nº 005/06; PLL nº 244/05; PLL nº 025/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N. 1438/05 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N. 005/05, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que inclui dispositivos nos artigos 56 e 58 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, atribuindo competência às Comissões Permanentes da Câmara Municipal para a discussão e votação de projetos de denominação de próprios municipais, vias e logradouros públicos. Com Emenda n. 01. Com Subemenda n. 01 à Emenda n. 01.

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda n. 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01, e pela rejeição da Emenda n. 02;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01.

 

Observações:

- discussão geral nos termos do art. 129 do Regimento da CMPA;

-  retirada a Emenda n. 02;

- incluído na Ordem do Dia em 24-04-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PELO nº 005/05, com Emenda nº 01, com Subemenda nº 01 à Emenda nº 01. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Encerrada a discussão.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2686/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 255/04, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Ronaldo Assis Moreira.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,   § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 10-05-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Discussão do PLL nº 255/04. (Pausa.)

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu acredito que não há necessidade de encaminhar ou discutir este Projeto. É isso?

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Não existe.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Porque o Titulo é para o Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Assis Moreira.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Coloco em votação, Vereador.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Isso. É votação, então, para que nós possamos reconhecer Ronaldinho Gaúcho como Cidadão Emérito de Porto Alegre. Tão logo termine o Campeonato Mundial de Futebol, a gente espera poder trazer o Hexa e ele para cá.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Maravilha, Ver. Haroldo de Souza.

Em discussão o PLL nº 255/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 24 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 1121/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 050/06, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Dr. Rui Portanova.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,   § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 10-05-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLL n.° 050/06. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 24 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

PROC. N. 0024/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 019/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Senhor Ilo Vile Coutinho.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 10-05-06.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 0029/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 023/06, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que concede o prêmio de teatro Qorpo Santo à dupla Nico Nicolaiewsky e Hique Gomes.

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 10-05-06.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 0567/06 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 050/06, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Grupo Da Guedes.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 10-05-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o bloco constituído pelos seguintes Projetos: PR n.° 019/06, PR n.° 023/06 e PR n.º 050/06. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3789/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 028/04, que revoga a Lei n. 4.018, de 18 de setembro de 1975, que declara de utilidade pública o Grupo Espírita Lar Francisco de Assis.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 10-05-06.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 6657/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 302/05, de autoria do Ver. Elias Vidal, que declara de utilidade pública a Associação Beneficente e Profissionalizante Sargento PM Cordeiro (ABEPROSC).

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 10-05-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o bloco constituído pelos seguintes Projetos: PLE n.º 028/04 e PLL n.º 302/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 0640/96 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 004/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que acrescenta parágrafo único ao art. 111 da Lei Complementar n. 284, de 27 de outubro de 1992, que institui o Código de Edificações de Porto Alegre. (Localização/caixa correspondência) Com Emenda n. 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Carlos Todeschini: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,   § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 08-05-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLCL n.º 004/96, com Emenda n.º 01. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLCL n.º 004/96.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Ver. Carrion pretende que na parte fronteira de todo imóvel edificado, situado no Município de Porto Alegre, deverá ser colocada, obrigatoriamente, uma caixa para coleta de correspondência de forma a permitir fácil acesso e maior segurança para o trabalho dos carteiros. Confesso que não li a Emenda proposta, vou fazer isso agora, mas posso afirmar que esta colocação é a mesma coisa. Na verdade, se o prédio não estiver no alinhamento, não há solução, não serve para coisa alguma a caixa colocada na parte frontal ou na parte fronteira - não serve para coisa alguma! O carteiro vai ter que atravessar o recuo do jardim para chegar à caixa postal. Então, é o mesmo erro que houve no passado, quando fizeram esse tipo de Projeto de Lei! Isso não vai resolver o problema do carteiro; há o recuo de jardim, há a cerca, e a caixa coletora está lá a 4 metros. Portanto, desculpe-me o Ver. Carrion, está em tempo de pedirmos o adiamento da discussão deste Projeto para que possamos acertá-lo, pois eu acho que a intenção é boa, não sou contrário à intenção, a redação é que é péssima.

 

(Aparte anti-regimental.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu acho que tem de ser no alinhamento do terreno. Eu acho que vale adiar a discussão por uma Sessão, para consertá-lo. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Raul Carrion.

 

O SR. RAUL CARRION (Requerimento): Ver. Luiz Braz, não há problemas de nós pedirmos o adiamento. Eu entendi que estava claríssimo colocamos “frontal”, mas acolhemos a preocupação do Ver. Dib, vamos conversar com ele, faremos uma Emenda e tentaremos votar a matéria amanhã, ou na semana que vem. O importante é que o Projeto saia desta Casa o melhor possível. Então, estou solicitando o adiamento da discussão do PLCL n.° 004/06 por uma Sessão para qualquer ajuste.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Peço à Diretoria Legislativa que prepare o Requerimento solicitando o adiamento e já o coloco em votação, antecipadamente.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Raul Carrion, solicitando o adiamento da discussão do PLCL n.º 004/96 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 4125/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 190/05, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas nas dependências de postos de gasolina, estacionamentos e similares localizados no Município. Com Emenda n. 01.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto e à Emenda n. 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 30-11-05

- adiada a discussão, por uma Sessão, em 20-04-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o PLL n.º 190/05. A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLL n.º 190/05.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, nós iniciamos, neste momento, o processo de discussão do Projeto de Lei que trata da proibição do consumo de bebidas alcoólicas nos postos de gasolina na nossa Capital. Queria dizer às senhoras e aos senhores Vereadores que essa iniciativa parte de uma experiência da Fundação Thiago Gonzaga que aqui se faz representar, e eu agradeço, neste momento, a presença dos jovens militantes da Fundação e da sua Presidenta, Diza Gonzaga. Eu me inspirei no trabalho, nas pesquisas, na experiência do Simers, Sindicato dos Médicos, e de uma série de outras entidades, como a ABEAD – Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas -, como um grupo de professores da UFRGS, da ULBRA, que têm trabalhado pela redução dos acidentes de trânsito em nossa Cidade, no nosso Estado, no nosso País.

O Projeto  proíbe o consumo de bebidas alcoólicas nos espaços dos postos de gasolina. Ele não trata da proibição da compra naquelas lojas de conveniência dentro dos postos. A justificativa para este Projeto é que a maioria dos acidentes de trânsito ocorridos na nossa Cidade, e essa também é uma realidade brasileira, ocorre, numa média de 61%, entre a sexta-feira e o domingo. As pesquisas nos mostram, infelizmente, que, na nossa Cidade, 41% das pessoas vítimas dos acidentes de trânsito tem menos de 35 anos de idade. A realidade nos mostra que se criou um hábito, na nossa Cidade, quando as pessoas pegam os seus carros, enchem de bebidas alcoólicas, vão aos postos de gasolina, muitos deles dentro do próprio carro com uma mão na direção e a outra na bebida, ingerem uma enorme quantidade de bebida e saem dirigindo. Eu acho que é desnecessário afirmar que o binômio, a junção de álcool e direção não pode ter um resultado satisfatório.

Eu queria fazer um apelo a todas as Vereadoras, a todos os Vereadores para que pudessem aprovar este Projeto, porque nós estaremos dando uma contribuição à redução dos acidentes de trânsito da nossa Cidade. Infelizmente, a questão do trânsito em nosso País se assemelha a uma situação de guerra. Todos nós, neste plenário, infelizmente, já vivenciamos a perda ou de uma pessoa da nossa família, ou de um amigo, vitimado pelos acidentes de trânsito.

Muitas  instituições públicas e  a sociedade civil organizada se somam nessa luta, inclusive, criando um congresso nacional, que aprovou um acordo, no qual deveriam ser tomadas várias medidas, inclusive na área pública.

O que estamos propondo, aqui, é mais uma medida que venha contribuir na luta pela redução dos acidentes de trânsito e, conseqüentemente, com a redução no número de mortes dos jovens que são a maior parcela das vítimas desses acidentes, inclusive, dos acidentes fatais. Obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para discutir o PLL nº 190/05.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras;  representante do SIMERS, Sindicato Médico; nossos amigos da Fundação Thiago Gonzaga, a Diza e seus meninos e suas meninas, que vão à luta de maneira voluntária para que os jovens, os mais afoitos, possam ter o entendimento maior do que é viver a vida, do que é  aproveitar a vida.

Venho, aqui, trazer o meu apoio a essa iniciativa da Verª Clênia Maranhão, um apoio não só no voto, mas também me somando a essa campanha de conscientização. Como diz o Ver. João Dib, e é verdade, eu concordo com ele, há leis demais nesta Cidade: leis boas que não são cumpridas, ou,  se cumpridas, não são fiscalizadas. Essa é uma lei boa que tem que ser cumprida, mas que também precisa ser fiscalizada.

Sinto-me muito à vontade em trazer este apoio, trazer o meu voto a essa iniciativa, porque tenho uma ligação muito estreita com a Fundação Thiago Gonzaga. Foi este Vereador quem denominou de Praça da Juventude Thiago Gonzaga a Praça da Av. Porto Alegre, ao lado do Cemitério João XXIII; foi este Vereador quem trouxe a esta Casa e aprovou o Projeto que transformou a Fundação Thiago Gonzaga em utilidade pública. Por isso, sempre que chamado, sempre que solicitado, estou lado a lado com as iniciativas da Fundação Tiago Gonzaga. Quando Secretário estive visitando a Diza, e vamos ainda incrementar este ano, mesmo estando, agora, como Vereador, os nossos jogos pela vida, para que esta juventude entenda a importância do esporte, a importância da competição, porque a vida é uma competição.

E quero dizer também que, quando deixei esta Casa para ser Secretário, tive um Projeto, aqui, que ficou arquivado, e, ontem, eu desarquivei esse Projeto que vem complementar o Projeto da Verª Clênia Maranhão. O meu Projeto também é um Projeto de preocupação, Diza e jovens da Fundação Thiago Gonzaga, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, é um Projeto que proíbe, também, nos postos de gasolina, o cigarro, o charuto, porque é um problema seriíssimo, seriíssimo se jogar uma bagana de cigarro, e aí a tragédia está feita.

Esse Projeto já tramitou na Casa, teve um vício na redação, apresentamos um Substitutivo, esse Substitutivo já passou pela Comissão de Justiça, foi aprovado e, ontem, eu o desarquivei, vem complementar o Projeto da Verª Clênia Maranhão, que proíbe a venda de bebidas, e agora nós vamos radicalizar também banindo os cigarros nos postos de gasolina.

Portanto trago o meu apoio não só à iniciativa da Ver. Clênia, como a todos os projetos do SIMERS e da Fundação Thiago Gonzaga que visa a conscientização para que o jovem, aquele mais afoito, tenha consciência do que é viver a vida com parceria, com solidariedade e com muita tranqüilidade. Muito obrigado.  (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):  Agradeço ao Ver. Luiz Braz, nosso Vice-Presidente, ter estado trabalhando até agora na presidência da Sessão.

A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para discutir o PLL n° 190/05.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos os que nos assistem na TV Câmara, querida Diza Gonzaga, queridos jovens que estão aqui hoje, Verª Clênia Maranhão, eu queria, sinceramente, antes de fazer o meu pronunciamento, lhe parabenizar por ser a ponte que traz este Projeto para dentro da nossa Câmara de Vereadores. Acho que os Vereadores, as Vereadoras, no seu caso, sempre faço questão de mencionar a sua trajetória, mas acho que, quando Parlamentares sabem ser a ponte entre uma demanda real da sociedade civil, das organizações da sociedade civil e esta Casa, nós todos, a nossa Cidade, ganhamos. Muitas vezes, nós queremos ser donos de projetos que não têm nenhum vínculo real com as coisas reais, com a vida real das pessoas da nossa Cidade, e este Projeto, de sua autoria, é a antítese disso, justamente é uma demanda real da nossa juventude, da nossa Cidade.

Eu acho, Diza, que nós temos aqui dois debates: o primeiro, é o efeito concreto da aprovação dessa lei na redução do número de acidentes na cidade de Porto Alegre; é nós conseguirmos visualizar a nossa Cidade, Verª Clênia Maranhão, sem aqueles conglomerados de luz branca lotados de jovens embaixo, que vinculam ali, única e exclusivamente, duas questões, velocidade e álcool. Aquilo ali, mesmo para quem vai sem o seu automóvel, há, simbolicamente, uma relação entre o automóvel e a bebida. A ligação é muito direta para aqueles que vão com os outros, para aqueles que estão na carona, para aqueles que descem dos seus edifícios para ir, por ser um lugar, teoricamente, mais seguro, estão, justamente, num lugar que é uma bomba-relógio, que apenas o tempo vai se contando para ver quantas garrafas de cerveja vão ser tomadas, quantas long neck  vão ser tomadas no final de uma noite, quantas batidas vão ser tomadas ao final de uma noite, para depois irem para os seus automóveis, as meninas pegarem carona com os seus namorados. Infelizmente, essa é ainda, também, uma das realidades, a de se acidentarem e  nos abandonarem, partirem como anjos que deixam a nossa Cidade, o nosso País, antes do horário correto, ou mais tardio, para nos deixarem.

Mas existe um segundo debate, que está implícito na proibição do consumo de bebidas alcoólicas nos postos de gasolina, que é o debate do que é diversão para a nossa juventude, Ver. Comassetto. Nós não podemos nos furtar de fazer essa discussão. Muitas vezes nós queremos criar condutas morais para a juventude da nossa Cidade, quando, na realidade, nós estamos lutando contra máquinas. Nós ainda temos um padrão de comportamento na juventude construído pela televisão, que é construído de pai e homem para filho homem, na maior parte das vezes, que vincula diversão e felicidade com o consumo de bebidas alcoólicas, que confundem, que constroem, simbolicamente, para a nossa juventude a idéia de que se é homem suficiente quando se consegue uma mulher daquele tipo, perfeita, maravilhosa, vinculada à garrafa de cerveja, que está expressa em todas as propagandas de bebidas alcoólicas em nosso País. Esse debate nós temos que fazer, também.

Nós sabemos que é um passo importantíssimo, Verª Clênia, proibir o consumo de álcool nos postos de gasolina. E a nossa Bancada, e eu tenho a convicção de que o Ver. Carrion também vai fazer o debate depois, é extremamente favorável ao seu Projeto. Mas nós queremos debater esse padrão de comportamento, de diversão da juventude, que é criado no nosso País e no mundo. É intolerável que a gente brigue aqui, nós, 100, 150, que estamos aqui dentro hoje, contra uma máquina de propaganda que nos ensina desde os dois, três anos de idade, que beber é ser feliz. É impossível não só pelas mortes, sobretudo, mas pelo alcoolismo, pelas doenças que o álcool causa a milhares de famílias deste País. Nós temos que mudar esta lógica. Nós temos que conseguir mostrar que ser jovem, Ver. Haroldo, e ser independente não é sair e conseguir fazer isso ou aquilo, porque tomou cinco copos de cerveja em vez de um com o seu melhor amigo, que ser jovem e ser feliz não é ter vergonha de dizer, como ainda ocorre, que o amigo do lado está bêbado e não sair. Esse não é o padrão de comportamento que nós queremos construir. Não é esta a juventude que nós queremos que seja o futuro do nosso País. Porque, se for assim, Ver. Haroldo, infelizmente, nos resta muito pouco futuro. E a gente tem que conseguir enxergar isso.

Esses dias eu vi um pai bem apessoado, com uma cara de feliz, de responsável, num grande restaurante da nossa Cidade, sentado com o seu filho, que tinha 11 ou 12 anos, ensinando a linda criatura, seu filho, do sexo masculino, a começar a beber. É isso que nós queremos reproduzir? Não é. A nossa luta, hoje, dá um passo importante, sim, mas nós temos muitas outras discussões para fazer. Temos que lutar para que a gente tente cortar essa cultura pela raiz, porque somente quando conseguirmos atacar a raiz desse problema é que vamos ter uma geração de jovens que realmente possa ser o futuro brilhante que a nossa Cidade e nosso País merecem. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Informamos a presença dos nossos colegas Jairo Duarte, do PSDB de Barra do Ribeiro, e Eduardo Simchen, do PFL de Tapes. Fica o nosso abraço.

O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 190/05.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ilustres visitantes que hoje enfeitam a nossa tarde, um dia o homem teve pressa e usou primeiro os animais mais rápidos, e por fim, ao entrar em guerra, ele usou suas defesas, o elmo, a armadura. Hoje, com a sociedade da pressa, temos um grande elmo, uma grande armadura que é o automóvel e os 80, 90, mais de cem cavalos que temos de potência na frente dos motores. E muitas vezes a grande maioria das pessoas substitui as suas impotências, as suas incompetências, por uma máquina extremamente potente e competente que é o automóvel, mas esta mesma máquina que se caracteriza pela rapidez, se caracteriza também pelo verdadeiro genocídio que a história deste País sofre, quando mais de 40 mil pessoas por ano, como se fosse uma guerra civil não-declarada, morrem. E na ingenuidade do termo acidente, pois o automóvel não anda sozinho, as estatísticas mostram a associação das drogas com o número de acidentes de automóvel, com o número de acidentes de motocicleta. E nessa associação, de todas as drogas, o álcool preside, numa estatística funesta e constrangedora para todos nós, a ocorrência dessas notícias insuportáveis que a cada dia batem em nossas portas e cada vez mais desafiam os homens públicos a dar solução a um problema que já gastou orçamentos inteiros de Ministérios, inclusive modificando a lei e o número de acidentes, e cada vez aumenta mais. Como a associação com o álcool é indiscutível, é indefensável, as leis a serem feitas no Município, no Estado e no País precisam separar o motorista, o comandante de um automóvel, ou da motocicleta, da bebida alcoólica. É, talvez, uma das formas que diminua esse dado estatístico que desafia, que nos constrange, principalmente, porque acho que nós estamos errando no método. E uma das formas que nós acreditamos ser absolutamente correta é a forma achada pela Verª Clênia Maranhão, impedindo que os jovens motorizados tenham junto essa associação maligna e insuportável para a nossa sociedade, essa dor social inaudita, não só da perda das pessoas mais caras para nós, mas principalmente pela nossa incompetência como sociedade de não encontrarmos essas soluções.

Talvez hoje, nesta Câmara, neste dia histórico, aqui, nós estejamos com a solução muito próxima, pelo menos para diminuir os dados estatísticos, porque por trás dos números está o sentimento das pessoas. E nós não podemos, como sociedade, uma sociedade feita de homens livres, dizer que continuamos errando, que continuamos gastando rios de dinheiro na prevenção e do outro lado, cada vez mais, metodologicamente errados, essa curva cresce, nos desafia e nos constrange.

Por isso, eu peço a todos os Vereadores, àqueles que estão em dúvida, inclusive àqueles que hoje, aqui, estão tentando de uma forma ou de outra votar contra o Projeto, eu peço a eles que votem a favor por um só motivo: vamos experimentar, inclusive, ter a experiência na cidade de Porto Alegre, onde depois de um tempo iremos avaliar a Porto Alegre com álcool e sem álcool, ou pelo menos com a diminuição intensa da quantidade de álcool e fazer uma avaliação acadêmica, com rigor científico e mostrar às pessoas que esse é o caminho e, sendo esse o caminho, vamos tentar, pelo menos, vamos arriscar a favor da vida. Jamais será compatível a vida com a questão álcool, com a questão automóvel, com a questão veículo, com a ingesta de bebidas, especialmente na idade jovem e nos fins de semana tão lindos para o descanso junto à família e tão funestos com essas tragédias que diariamente são noticiadas nos jornais e que a cada dia e a cada momento nós sentimos escapar das nossas mãos por toda nossa incompetência, por toda a nossa indiferença em relação ao problema. E agora com essa proposta da Verª Clênia Maranhão, quem sabe, nós consigamos chegar num momento em que as primeiras soluções de um drama tão complexo como esse passe a desmanchar esse nó insuportável e desumano. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para discutir o PLL nº 190/05.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, pessoas que estão aqui da Fundação Thiago Gonzaga, eu sou contrário a pronunciamentos muito longos, dissertações. Só venho aqui para dizer que sou favorável ao Projeto da Verª Clênia Maranhão, porque nós vamos de encontro ao problema da direção, das pessoas que tomam bebidas alcoólicas. Mas a minha maior preocupação, ainda - porque eu gosto de dar liberdade às pessoas para aquilo que devem fazer ou que acham que devem fazer -, é que, nos postos de gasolina, no encontro dos jovens, dos meninos e das meninas, atrás da cerveja vem sempre um cigarrinho, sendo a bagana - como disse o Ver. João Bosco Vaz -, atirada ao chão. E eu fiz um rápido levantamento com alguns amigos de postos de gasolina e obtive a informação de que o tanque de gasolina no posto que tem menos combustível é o de 35 mil litros! Imaginem uma explosão num dos nossos postos! Então, são vários os motivos pelos quais acolhemos e votamos favoravelmente a este Projeto da Verª Clênia Maranhão. Eu acho que teremos uma aprovação unânime nesta Casa.  (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLL nº 190/05.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Dr. Goulart, Presidente desta Casa; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste, de plano, quero dizer que vou votar favoravelmente ao Projeto. Então, por favor, com isso, eu peço um pouquinho de silêncio, para não vaiarem o que eu vou dizer agora.

Mas como surgiu esse costume dos jovens de procurar os postos de gasolina? Eu vejo dois motivos principais: primeiro, a segurança. Nós, hoje, não temos local, fora de ambientes fechados, onde possamos nos encontrar, bater um papo, e, muito menos, os jovens. E, certamente, daí surgiu o costume de freqüentarem os postos de gasolina, porque lá tem iluminação e tem segurança. Por outro lado, também há a questão do custo; não são todos os jovens que têm disponibilidade financeira para freqüentarem restaurantes e bares. E, por isso, certamente, buscaram e buscam, nos postos de gasolina, um local de encontro, com possibilidade de consumirem, também, o álcool. Isso não quer dizer que todos os jovens que freqüentam os postos sejam consumidores de álcool.

Mas, como eu não gosto de comercial que induza à venda de cigarros, não gosto de “cocaleiro” (sic), acho que nós temos que realmente, Presidente, enfrentar esses problemas.

O Centro de Porto Alegre hoje está tomado de bares que ficam abertos até tarde, até a madrugada, proporcionando os maiores incômodos às pessoas que moram no Centro da Cidade. Esta é uma outra preocupação que esta Casa terá que ter e enfrentar: são os bares que ficam abertos até alta madrugada, no Centro da Cidade. O Centro da Cidade virou uma terra sem lei, e nós não podemos nos preocupar somente em reivindicar do Município e do Estado a segurança, porque tem que ter limites. Daqui a pouco, se nós despendermos todos os nossos equipamentos e recursos humanos para cuidar do Centro da Cidade, nós vamos, certamente, deixar desprotegidas outras áreas da Cidade. Então, a meu ver, as casas noturnas do Centro da Cidade também devem merecer um tratamento diferenciado, porque lá está sendo um pouco diferente dos demais locais de Porto Alegre.

Por outro lado, eu quero fazer não uma provocação, mas uma discussão: gostaria de que a Vereadora-proponente, a Verª Clênia, observasse o que eu vou dizer aqui. Até lhe dou um aparte, se for preciso, Vereadora, porque este debate é importantíssimo. O seu Projeto tem todos os méritos, mas me parece, Vereadora, que falta aqui uma penalidade aos estabelecimentos que não cumprirem o que vai determinar a lei. Eu lhe pergunto, porque, se não houver essa complementação, nós pensaremos numa emenda. Eu lhe peço que esclareça, por favor; aqui V. Exª está dizendo que o Executivo Municipal vai regulamentar, mas eu não sei se, na regulamentação, o Executivo poderia estabelecer a penalidade. Tenha a bondade.

 

A Srª Clênia Maranhão: Obrigada, Vereador, pela contribuição. Esse foi, realmente, um erro técnico que já foi corrigido através de uma Emenda, que já foi protocolada, a qual define isso. Obrigada.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Muito obrigado. Vejam o quanto é importante nós debatermos.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu também queria dizer a mesma coisa que Vossa Excelência.  O Projeto de Lei estabelecendo proibições e não estabelecendo punições não tem efeito nenhum. Por isso eu também havia apresentado uma Emenda, mas, se a Verª Clênia já apresentou, tem precedência.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado. Gostaria também de chamar a atenção de que nós temos um Projeto no Estado, de autoria do Dep. Manoel Maria, do PTB, meu amigo particular, e nós sabemos das intenções do Deputado no momento em que levou esse Projeto, e foi aprovado, mas esse Projeto não é praticado, ele é um Projeto inócuo.

Então, só gostaria de chamar a atenção para isso, porque nós, quando apresentamos um Projeto proibindo ou tirando alguma coisa da sociedade, temos que dar a ela uma outra oportunidade. Para onde irão esses jovens que lá se encontram? Deixo esta pergunta, no sentido de que nós devemos, Presidente, trabalhar sobre isso. Nós não podemos simplesmente proibir e limitar e não dar uma oportunidade. Mas nós votaremos favoravelmente ao Projeto. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL n.º 190/05.

 

O SR. LUIZ BRAZ:  Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart, Sras Vereadoras e Srs.  Vereadores, senhoras e senhores, eu quero cumprimentar uma instituição que eu aprendi a admirar pela sua luta, que tem realmente servido para modificar muitos hábitos de nossa sociedade, que é a Fundação Thiago Gonzaga. Parabéns a vocês por tudo aquilo que vocês fazem. Vocês honram muito esta Casa com as suas presenças.

Esta matéria não foi a primeira vez que foi trazida para esta Casa, Ver. João Antonio Dib. Nós já discutimos esta matéria outras vezes. Só que, pela primeira vez, se acertou a redação. Das outras vezes que nós discutimos - e eu me lembro, inclusive, de um Projeto do Ver. Elias Vidal, se não me engano, da Legislatura passada, no qual o Ver. Elias Vidal propunha para esta Casa que nós proibíssemos a venda de bebidas alcoólicas nos postos de gasolina -, eu me lembro que, naquela época, a Procuradoria desta Casa e, inclusive, muitos dos Vereadores que militam nesta área do Direito acabaram apontando que aquele texto que foi colocado em votação feria os dispositivos do art. 170 da Constituição, porque proibia a livre concorrência no caso dos estabelecimentos comerciais. Nós, aqui, Câmara de Vereadores, não podíamos legislar proibindo a venda de bebida alcoólica num estabelecimento qualquer que concorre com outros estabelecimentos da Cidade.

A Verª Clênia, muito habilmente, traz uma redação que torna possível nós legislarmos sobre esse assunto. Ela não está proibindo a venda de bebidas alcoólicas nos estabelecimentos, dentro dos postos de combustível. Ela está proibindo, Ver. João Antonio Dib, o consumo de bebidas. O posto de gasolina ou o bar podem até mesmo vender; a única coisa que não poderá acontecer - e os postos têm que ajudar nessa fiscalização -, é que o menino ou o cidadão que comprar essa bebida alcoólica em qualquer bar situado num posto de gasolina vá consumi-la no próprio local. Então, essa proibição é extremamente constitucional.

Nós estamos ajudando, com essa proibição, a, quem sabe, produzir menos acidentes em nossa Cidade, menos crimes em nossa Cidade. E eu faço referência, inclusive, a uma cidade da Grande São Paulo - se não me engano, Diadema -, que acabou proibindo o consumo de bebidas alcoólicas após às 23 horas e teve o número de crimes, de homicídios registrados naquela cidade até então, diminuídos em cerca de 40%. Então, a gente pode, tranqüilamente, estabelecer essa relação entre o consumo e os homicídios ou os acidentes de automóvel que acontecem com muita freqüência, não apenas aqui em nossa Cidade, mas em tantas outras cidades.

Chamei a atenção da Verª Clênia Maranhão para um defeito na lei, e a Verª Clênia, imediatamente, está corrigindo esse defeito.

O Ver. Elói Guimarães dizia, com relação àquelas legislações que nós fazemos aqui muitas vezes, que são as autorizações, e eu digo que elas são feitas no campo político, que elas são como “fogo que não queima, água que não molha...” - mais ou menos essa é a frase usada pelo Ver. Elói Guimarães.

E se nós fizermos aqui uma legislação fazendo uma proibição, sem colocarmos, Ver. João Dib, uma penalidade, ela também ficará mais ou menos nesse campo. Só que, no caso das autorizações, nós temos um projeto no campo político. É aquela vontade do Vereador dizer: “Olha, eu não posso legislar nessa área, mas eu aconselho o Sr. Prefeito desta Cidade a tomar essa atitude”. Ele poderia fazer isso através de um Pedido de Providências, mas ele prefere fazer - porque ele vê que tem mais força -, através de um Projeto de autorização.

Agora, nesse processo nós temos que prever, sim, uma penalidade para aqueles estabelecimentos que porventura não venham a cumprir com essa fiscalização que eles também vão ajudar o Poder Público municipal a fazer. O Município tem o poder de polícia e vai exercê-lo proibindo esse consumo nos postos de gasolina. Mas os donos dos postos de gasolina também vão ter que firmar um acordo com o Município de Porto Alegre, no sentido de que eles ajudem a que esse consumo não seja feito ali no próprio estabelecimento.

Eu acho, realmente, que esta Câmara se engrandece no momento em que vota este Projeto da Verª Clênia Maranhão. Acredito que a Fundação Thiago Gonzaga também fica maior ainda, quando vem aqui e exerce licitamente a sua pressão para que esta Câmara aprove por unanimidade este Projeto.

Eu tenho certeza absoluta, Ver. Elias Vidal, de que V. Exª, que procurou legislar sobre esse tema, assim como todos os outros Vereadores, estão agora premiados com uma redação que é dada e que, afinal de contas, é mérito de cada um dos senhores que trataram dessa matéria. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Apregoamos a Emenda nº 02 ao PLL nº 190/05. (Lê.): “Proíbe o consumo de bebidas alcoólicas nas dependências de postos de gasolina, estacionamentos e similares localizados no Município. Art. 3º - O Poder Executivo Municipal estabelecerá as penalidades aos estabelecimentos que não agirem de acordo com o disposto nesta Lei, quando da sua regulamentação”. A justificativa será feita da tribuna – Verª Clênia Maranhão.

Eu queria participar para os senhores a presença entre nós do Presidente do MTG – Movimento Tradicionalista Gaúcho -, Manoelito Savaris, a quem saúdo. Ele está no plenário. (Palmas.)

Saúdo o presidente da 7ª Polfest, Teófilo Szimanski; o Prefeito Municipal, do PTB, Antonio Gonsiorkiewicz ; a rainha, Tathiele Warpechowski Silveira; as princesas, Catiane Kazmierczak e Fernanda Kulakowski; a Vereadora Janina Bobrzyk e a presidenta social, Solange Wisniewski. A nossa saudação para os nossos visitantes. (Palmas.) A Festa será em Guarani das Missões, a Capital – lógico - Polonesa dos Gaúchos. Como diz no convite: “De coração saudamos nossos visitantes”.  Isso também dizemos nós, da Câmara de Vereadores.

O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para discutir o PLL n.° 190/05.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Vereadores, juventude, presente aqui, da Fundação Thiago Gonzaga – Dona Diza, nossa satisfação em vê-la aqui, pelo trabalho brilhante de V. Sª à frente desse problema crucial da nossa juventude.

Quero saudar a presença também do pessoal de Guarani das Missões: o Sr. Prefeito, a rainha, as princesas e a comunidade, que está muito bem representada, que trabalha aqui na Capital na divulgação desse grande evento na cidade de Guarani das Missões.

Quanto ao Projeto da Verª Clênia Maranhão, quero me posicionar claramente aqui favoravelmente, mas preciso fazer algumas observações necessárias olhando um pouco para trás, porque não basta fazer leis: elas têm de ser cumpridas ou fazerem-se cumpridas pelo Executivo, até porque, quero lembrar, tenho participado do Conselho Municipal Contra Entorpecentes, e há duas leis nesse sentido que são de minha autoria. Uma é a Semana de Conscientização Contra as Drogas nas Escolas Municipais de Porto Alegre, que é de autoria deste Vereador, e até hoje não foi colocada em prática. Não houve interesse da Verª Sofia Cavedon, naquela oportunidade, e não colocaram em prática. Hoje a Secretária Marilu está tentando colocar em prática. 

Também é de minha autoria essa lei dos cartazes, que se refere a colocar nos estabelecimentos cartazes com os seguintes dizeres: ”Proibido o consumo de bebidas alcoólicas”. E aí quero falar de outra lei de minha autoria que coloca cartazes nos estabelecimentos comerciais com os seguintes dizeres: “Proibida a venda de bebidas alcoólicas e de cigarros para menores”. Esta lei, como a de minha autoria, pode ser mais uma lei inócua. Quem é que vai fiscalizar?

O Ver. João Dib fala muito, aqui, das leis. Quer dizer, são tantas as leis que, se elas não forem fiscalizadas ou implementadas, elas, naturalmente, não terão validade naquilo que é o seu potencial, porque é necessária, Sr. Presidente, a fiscalização dessas atuações.

Quero aproveitar a oportunidade e dizer que sou a favor, até porque nunca fumei, sou do esporte; tudo o que eu tenho na vida eu devo ao esporte, mas eu tenho também de alertar que esse trabalho tem de ser feito no Ensino Fundamental. Nós precisamos levantar essas questões das drogas, do cigarro, das bebidas alcoólicas - das drogas lícitas e ilícitas -, para os nossos adolescentes na escola municipal ou estadual de Ensino Fundamental, para que nós possamos, Ver. João Dib, trabalhar lá na base com essa questão.

Não é o cartaz que vai proibir. Imaginem, num estádio de futebol, nós colocarmos um cartaz assim: “Aqui pode vender, mas não pode consumir”. Será que seria possível isso, com 30, 40 mil pessoas lá dentro? Quem é que iria fiscalizar?

Então, o Projeto é meritório, o Projeto tem um objetivo muito claro, mas sem dúvida a fiscalização é que é necessária; não é o cartaz - volto a frisar -, colocado lá que vai fazer com que não se consuma a bebida alcoólica naquele recinto, e sim a fiscalização, a aplicação da lei.

Muitos cartazes estão espalhados pela Cidade, e outros nem estão espalhados, porque não se cumpre a lei. A regulamentação requer o cumprimento da lei. Portanto, se for fiscalizado o cumprimento da lei, esta terá êxito; caso contrário, serão mais uns cartazes espalhados pela Cidade sem alcançar o objetivo da verdadeira fiscalização.

Peço, principalmente, a conscientização, na Escola Fundamental, da nossa juventude. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Convido o Ver. Ervino Besson a conduzir a corte de Guarani das Missões, que deseja chegar até esta Mesa, para fazer uma saudação ao povo de Porto Alegre.

Solicitamos que o Ver. Ervino conduza a corte.

Apregôo a Emenda n° 03 ao PLL n.° 190/05. (Lê.): “Acrescente-se ao art. 1° os parágrafos abaixo: § 2° - No caso do descumprimento do disposto no caput deste artigo, o infrator será punido com uma multa de 500 UFM e, em caso de reincidência, 1.000 UFM. § 3° - Após a aplicação de duas multas, a pena será a cassação do alvará. Sala das Sessões. João Antonio Dib”.

A Srta. Tathiele Silveira, Rainha da 7ª Polfest, está com a palavra.

 

A SRTA. TATHIELE WARPECHOWSKI SILVEIRA: Nós, comitiva da 7ª Polfest, de Guarani das Missões, Rio Grande do Sul, estamos aqui para convidar a todos para participar da nossa Festa, que se realizará dos dias 26 a 28 de maio na “Capital Polonesa dos Gaúchos”. Será um enorme prazer receber todos.

Vou dar uma breve palavrinha em polonês, também, que é o nosso idioma de Guarani das Missões. (Pronuncia-se em polonês.) Muito obrigada. (Palmas.)

 

A SRTA. FERNANDA KULAKOWSKI:  (Pronuncia-se em polonês.) Dentre as mais diversas atrações, teremos os belíssimos shows folclóricos com muita música, dança e várias bandas e artistas que lá estarão se apresentando. (Palmas.)

 

A SRTA. CATIANE KAZMIERCZAK: (Pronuncia-se em polonês.) Nós teremos também a culinária típica polonesa com saborosos pratos, como (Pronuncia-se em polonês.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado pela presença de todos.

O Ver. Paulo Odone está com a palavra para discutir o PLL nº 190/05.

 

O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, este Projeto, de autoria da Verª Clênia Maranhão, mais do que os efeitos que vai produzir de ordem jurídico-legal, mais do que a proibição do consumo de bebidas alcoólicas nas lojas de conveniências dos postos de gasolina, tem o seu maior mérito no caráter educativo.

Quanto mais nós discutirmos este tema aqui, e fora daqui, mais iremos poupar a vida dos jovens.

Álcool e carro é uma combinação mortal. Um terço dos nossos jovens morre por causa do álcool combinado com a direção do automóvel. Quando não morre dirigindo, morre atropelado. Quando não morre dirigindo, morre de carona, ao lado de quem bebeu.

Eu, graças a Deus, tenho dois filhos, de 24 e 25 anos, e a vida inteira pedi que, se saíssem de carro, ou de carona, abandonassem o carro, ou a carona, se bebessem, viessem de táxi, a pé, do jeito que pudessem vir. Mas não viessem com ninguém que tivesse bebido.

Perdi muitos meninos, amigos meus, na minha juventude, por causa do álcool com direção.

Perdi muitos amigos no tempo da faculdade, coisa terrível; e vi menino ser premiado pelo pai, ganhar um carro de prêmio por ter tirado o primeiro lugar no vestibular de medicina e perder a vida por causa da comemoração com álcool.

Por isso o Projeto da Verª Clênia Maranhão é fundamental por ser educativo, é fundamental  para conscientizar a nossa gente de que o preço é muito alto para permitir o consumo de álcool para quem está de carro, ou quem está de carona no carro. O Projeto não proíbe a venda no local.

Alguém que está no churrasquinho, está na emergência, pois bem, vá lá na lojinha, leve a sua cervejinha para casa, e vá fazer a festa em família, desde que não esteja dirigindo. Agora, abastecer, motivar, propiciar, incentivar que a juventude vá fazer a concentração no posto de gasolina, de carro e beber, é pedir para ela se imolar, para fazer o sacrifício. É a perda da nossa rica juventude, e da família, que não se recupera jamais.

O Thiago Gonzaga, agora eu falava com a Diza, faria aniversário no próximo sábado, dia 13 de maio; faria aniversário agora se não fosse essa maldita combinação da bebida alcoólica com do trânsito. Por isso essa mobilização, num trabalho fantástico, para tentar fazer com que se diminua esse morticínio numa ação social absolutamente desinteressada, a não ser a de salvar essas vidas. É por isso que o Projeto da Verª Clênia merece o nosso apoio, o nosso acolhimento, mas que a gente o debata por aí afora, e bastante, para que a juventude, principalmente, conscientize-se.

Eu vou associar o meu Grêmio (time de futebol) à Fundação Thiago Gonzaga, porque a Diza  pediu para usar as camisetas, colocá-las lá, e dar uma força nessa campanha de vocês. Vou fazer a minha parte, enquanto posso, aqui neste microfone, e lá.

Quando ela me disse agora, Bosco, que o Thiago faria aniversário dia 13 de maio - quem sabe aproveitaria... Eu faço no dia 12; esse menino não está aqui e eu estou, portanto eu tenho a obrigação, nós temos a obrigação de encampar esta luta, e a primeira maneira, o primeiro round está aqui, vamos aprovar o Projeto que proíbe o consumo da bebida de álcool junto aos postos onde estão os automóveis. Vamos começar nossa campanha de conscientização. Parabéns, Diza, vai valer a pena a tua campanha! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir o PLL nº 190/05.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, Exmos Vereadores e Vereadoras, público maravilhoso que nos assiste, praticamente participando da nossa democracia. A respeito do Projeto que proíbe o uso de álcool nas dependências de postos de gasolinas e similares, afeito às definições militares de ser bastante objetivo, Sr. Presidente, eu quero iniciar dizendo que somos favoráveis, porém, queremos trazer algumas considerações e do porquê que está acontecendo dos jovens se concentrarem nas imediações ou dentro dos postos de gasolina.

Como liberal democrata, procuramos preservar a liberdade o quanto for possível. Com certeza, Sr. Presidente, no momento em que forem resguardados os locais do posto de gasolina para os jovens se encontrarem, se extravasarem e contarem as suas histórias, eles haverão de buscar outros locais para se concentrarem. Logicamente que o posto de gasolina não é o local adequado para os jovens se reunirem para contar e fazer a sua história.

Venho novamente colocar perante esta colenda Câmara a importância de nós recuperarmos a saúde dos nossos clubes sociais de Porto Alegre, onde os jovens poderiam estar reunidos fazendo as suas festas, fazendo o seu dia-a-dia. Os clubes, hoje, não conseguem acompanhar a modernidade da sociedade, penalizados como estão por diversos entraves que hoje são necessários, que nós retiramos dos seus empecilhos. Entre eles eu cito a penalização de certos clubes sociais que representam bairros mais simples da Cidade; os clubes são penalizados com impostos pesadíssimos que não correspondem com a realidade da sobrevivência desses clubes.

Outra coisa que eu tenho falado muito é sobre a Lei do Silêncio. A Lei do Silêncio que é controlada dentro dos clubes. Não somos contra a Lei do Silêncio e o seu controle nos clubes sociais. Agora, nós temos que fazer com que essa Lei, dentro dos clubes sociais, seja minimizada e dar oportunidade para criarem espaços para que os jovens possam se reunir, possam tocar a sua música, ouvir a sua música e falar em alto som, como são as boates e salões sociais, locais vedados. Com certeza eles vão arrumar outros locais da Cidade, se os clubes não os acolherem, e estarão também incomodando, atrapalhando a vida sonora dos moradores de Porto Alegre.

Apenas este aviso que eu queria deixar, absolutamente a favor, porque um posto de gasolina não é o local para consumirmos álcool, mesmo que seja direito do cidadão de consumir álcool, e sua responsabilidade perante as conseqüências que disso advém.

Portanto, Sr. Presidente e nobres Vereadores, deixo este aviso da necessidade de refazermos os conceitos da Lei do Silêncio, de darmos oportunidades aos clubes sociais de poderem se regulamentar perante os órgãos públicos quanto às suas dívidas, e darmos oportunidade e meios para que eles possam acompanhar a modernidade social. Aí nós teremos, com certeza, os nossos jovens em locais seguros, onde tem uma diretoria que é responsável por eles e pelo que eles fizerem. Na rua, nos postos de gasolina, nas esquinas, nos barzinhos é que eles não estarão seguros. Muito obrigado, Sr. Presidente, era isso que eu queria me referir.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereador. O Ver. Valdir Caetano está com a palavra para discutir o PLL n.º 190/05.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, estou aqui com o Projeto da Verª Clênia Maranhão e chamo a atenção para a palavra “proíbe”. (Lê.): “Proíbe o consumo de bebidas alcoólicas nas dependências dos postos de gasolinas, estabelecimentos e similares localizados no Município”. Sem dúvida nenhuma, Sr. Presidente, este Projeto é meritório, porém eu coloco em dúvida a palavra “proíbe”. Até onde, meu amigo Ver. Cassiá Carpes, teremos que usar a palavra “proíbe”? Proíbe-se isso, proíbe-se aquilo, tranca-se aqui, tranca-se ali; quem sabe se, num futuro bem próximo, trocaremos a palavra “proíbe” pela palavra “conscientização”? Aí eu acredito que nós teremos a solução para o problema! A solução, creio eu, não está na proibição, mas, sim, na conscientização, por que até quando nós teremos que proibir bebidas alcoólicas, isso, aquilo, aquilo outro, em locais assim, assim, e assim? Eu creio que as pessoas que consomem álcool possam ter a consciência do que estão fazendo e o quanto poderão fazer. Eu vejo aí a solução.

Verª Clênia, sou favorável ao seu Projeto, vou votar favorável ao seu Projeto, porém votaria com muito mais tranqüilidade e muito mais facilidade não naqueles projetos de proibição, mas naqueles projetos que trariam a conscientização do ser humano, jovem, adulto, idoso, daquilo que ele está fazendo, porque aí eu vejo, sim, a solução. A proibição não é a solução, com certeza, mas votarei favorável a este Projeto. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE  (Luiz Braz): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLL n° 190/05.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Ver. Luiz Braz, demais Vereadores e Vereadoras, a todos os que nos acompanham, em especial a representação da Fundação Thiago Gonzaga e sua Presidenta, Diza; este Projeto tramitou mais de ano nesta Casa permitindo seu aperfeiçoamento, discussão, amadurecimento. Nós entendemos que é um Projeto de muita relevância por tudo o que foi dito aqui. Não vou me demorar os cinco minutos, pois minha colega, a Verª Manuela, já expressou o ponto de vista da nossa Bancada, do PCdoB, mas queria chamar a atenção para alguns aspectos ainda não levantados e o faço como membro do Conselho Nacional das Cidades, exatamente do Comitê Técnico de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana, que trata das questões do trânsito.

Dentro dessas questões, temos debatido, com muita preocupação, a questão dos acidentes de trânsito, que, no nosso País, significam, hoje - só considerando os acidentes com vítimas -, mais de 350 mil ao ano. Dentro desse universo, só os com vítimas – não estamos considerando também aqueles somente com danos materiais e sem vítimas -, temos em torno de 300 mil vítimas. Dessas 300 mil, temos 120 mil com seqüelas permanentes: ou ficam aleijadas ou alguma outra seqüela permanente. Podemos falar hoje em torno de 40 mil mortos, praticamente no mesmo nível das vítimas com armas de fogo no Brasil, que é o campeão no mundo. Isso equivale a mais do que a Guerra do Iraque. E nós não nos damos conta dessa guerra que existe no trânsito das nossas cidades. E, sem dúvida, o papel das bebidas alcoólicas nessa estatística estarrecedora é enorme. É evidente que nós não temos qualquer ilusão de que essa lei, por si só, vá resolver o problema. Sabemos que, se a pessoa quiser, ela vai comprar nos supermercados, vai levar no carro, vai beber. Mas, sem dúvida, essa lei e, evidentemente, a sua fiscalização, poderão minorar o problema. E, mais do que isso, será uma tomada de posição desta Casa, objetiva, contra esse fato. Faz parte de uma luta, de uma campanha tão bem desenvolvida pela Fundação Thiago Gonzaga. Certamente, é preciso que atuemos em outras frentes, como a frente da publicidade, da propaganda da bebida alcoólica, da identidade que se procura criar de forma visual entre o que é ser avançado, ser moderno, ser jovem, e entre o que é ser destemido, estar bêbado, ou estar tomando uma cerveja, e sair dirigindo. Então, é uma luta em muitas frentes, mas, certamente, essa lei é uma forma de enfrentar.

Por fim, nos parece, Sr. Presidente, que a Emenda nº 02, da Verª Clênia, que coloca essa regulamentação para o Poder Executivo, é mais apropriada, neste momento, Ver. João Dib, do que nós já definirmos punições, etc.

Então, votaremos com o Projeto e com a Emenda nº 02 da Verª Clênia Maranhão. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Notificamos que se encontra entre nós o Ver. Edivan, do PTB, de Três Passos. A nossa saudação.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 190/05.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, minhas senhoras e meus senhores, no início da discussão no dia de hoje, eu fiquei preocupado. Eu sempre digo que nós temos muitas leis neste País, não temos necessidade de mais leis. Mas eu também sempre afirmei que a lei deve ser clara, precisa, concisa, fiscalizada, para ser respeitada. E quando eu li o Projeto de Lei, eu vi que não havia sanções. E as sanções são impostas por lei! Eu tenho em mãos aqui o Código de Posturas, e, para cada uma das infrações, está disposto em lei o valor da penalidade. Então, eu apresentei uma Emenda e, quando eu vi que a Verª Clênia Maranhão havia apresentado uma Emenda também, eu disse que ela teria precedência - apesar de ter sido ouvida, primeiro, a Emenda deste Vereador, e, depois, a Emenda da Verª Clênia Maranhão. Mas a Emenda da Verª Clênia Maranhão continua sem dar punição ao infrator. Então, eu continuo defendendo o meu ponto de vista. Eu sei que todos os Vereadores vão aprovar este Projeto, porque não há outra maneira de fazer: tem de aprovar! No entanto, eu estou colocando, aqui, no § 2º (Lê.): “No caso do descumprimento do disposto no caput deste artigo, o infrator será punido com uma multa de 500 UFM e, em caso de reincidência, 1000 UFM”. No § 3º (Lê.):”Após a aplicação das duas multas, a pena será a cassação do alvará”. E a Justificativa, eu a estou fazendo da tribuna, neste momento, e não vejo outra maneira de fazer uma lei, sem que se imponham as penalidades para aqueles que as descumprirem.

Portanto, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, essa é a colocação deste Vereador, na certeza de que haverá a unanimidade dos votos dos Vereadores presentes, mas eu acho que nós precisamos colocar o valor das multas na lei, que é a função do Legislativo. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 190/05.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos acompanha pelo Canal 16, Fundação Thiago Gonzaga, enfim, todos os AAs, Alcoólicos Anônimos, Alanons, Aladins, eu sei que todos estão torcendo para que esta lei se torne, de fato, uma realidade no Município de Porto Alegre. Se nós observarmos a pesquisa feita recentemente pela Unesco - órgão que está interligado com a ONU -, nós vamos perceber que o mapa da violência, isto é, das 67 nações consultadas, coloca a questão da drogadição, a questão do álcool, em terceiro lugar. E, se nós observarmos que, nessa questão da drogadição e do álcool, 57% dos acidentes são provocados, exatamente, pelo consumo exagerado do álcool, nós vamos perceber que o grande número de acidentes, o grande número de internações e o grande número de mortes no trânsito estão ligados à questão da Saúde pública. E aí nós, Vereadores que atuamos na área da Saúde Pública, não podemos esquecer que um Projeto de tamanho cunho social vem contribuir, sim, com a redução das internações, com a redução de serviços em Saúde, seja em Porto Alegre, no Estado, no País, ou no mundo todo. Se nós observarmos e até participarmos das inúmeras conferências e atividades ligadas aos Alcoólatras Anônimos, como falei anteriormente, nós vamos perceber que a grande preocupação dessas ONGs, dessas entidades, é exatamente a redução do consumo do álcool, porque, a grande maioria dessas pessoas que se tornam viciadas, que se tornam um paciente, através do exagero de consumo, nós temos uma enorme dificuldade em fazer o tratamento e em recuperá-las, por dois aspectos fundamentais: primeiro, porque o tratamento não é de dez ou quinze dias, são anos de tratamento; segundo, porque o Sistema Único de Saúde, por si só não comporta mais o número de ações, o número de acidentes, o número de intervenções que hoje acontecem - seja aqui em Porto Alegre, no Estado ou no País. Em Porto Alegre, as unidades hospitalares que tratam da questão da drogadição ou da questão do álcool são o Hospital Espírita; o Hospital São Pedro, que, de uma certa forma, vai sendo desativado com o tempo; e, principalmente, o Postão da Vila Cruzeiro. Então, nós temos muito poucas unidades que tratam da recuperação do paciente em si. Se nós observarmos, o jovem, ao tomar uma certa seqüência do consumo de álcool,  passa, logo ali adiante, a ser não só uma vítima, mas um paciente.

Nós vamos perceber que este Projeto contribui, sim, no sentido de conscientizar o jovem de que aquele local não pode ser um ato ou uma ação contínua da sua atividade como uma área de lazer ou encontro entre os jovens, mas poderá ser, sim, um local onde ele poderá adquirir um vício, que poderá ser, no futuro, um grande problema para ele, para a família dele e para a sociedade. É nesse sentido que queria levantar essa questão, porque nós estamos interligados à questão da Saúde. Não só temos que apoiar Projetos dessa natureza, mas temos que oportunizar ao jovem uma alternativa.

O posto de gasolina não é a melhor alternativa, não. Não é só o fato de nós proibirmos o consumo, através deste Projeto de Lei, mas, vejam, senhores, o futuro dirá que a venda também será um grande problema para a Cidade e para o cidadão.

Nós temos a orientação da área da Segurança, por exemplo, de que, ao dirigir à noite, depois das 22 horas, ou 24 horas, é preciso que nós, cidadãos e cidadãs, tenhamos o cuidado de, ao ultrapassar uma sinaleira, dar uma parada. E muitas pessoas não dão essa parada, porque podem ser assaltadas. Mas, ao dar essa parada, nós percebemos que inúmeros jovens, ou adultos, passam em grande velocidade, e, na grande maioria, são pessoas embriagadas, são pessoas, inclusive, que portam garrafas, sejam elas long neck, ou não, fora do vidro, demonstrando, claramente, que, após a meia-noite, há um grande número de cidadãos e cidadãs embriagados se locomovendo na Cidade.

Então, a nossa preocupação, cidadãos e cidadãs, pais de família, não é saber somente aonde nossos filhos estão andando e com quem estão andando, mas há um grande cuidado principalmente com a questão do conjunto das atividades que são desenvolvidas na Cidade. E não é só na Cidade, não, Presidente. Ao dirigirmos para os Municípios do Interior, se nós pararmos num restaurante nos grandes postos de gasolina, nós vamos perceber que os restaurantes também oportunizam ao motorista, seja de caminhão, seja de carro de passeio, a venda ou o consumo de bebidas de álcool. Portanto nós temos que ter leis que não só atinjam o conjunto da Região Metropolitana da cidade grande, mas também os restaurantes de beira de estrada, pois as grandes avenidas ou BRs constituem-se em locais onde ocorrem muitos acidentes, que, na grande maioria, são provocados também pelos caminhões Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Apregoamos a Emenda n.º 04 ao PLL n.° 190/05, de autoria dos Vereadores Sofia Cavedon, Adeli Sell, Carlos Todeschini, Maria Celeste e Manuela d'Ávila (Lê.): “Inclui artigo onde couber: ‘O Executivo Municipal, em parceria com os proprietários de postos de gasolina, manterá campanhas permanentes junto aos jovens motoristas no sentido da conscientização da necessária abstinência de álcool ao dirigir’”.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLL n.º 190/05.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, jovens que nos acompanham nas galerias – e estão portando essa bandeira na qual diz: “Vida” -, quero saudá-los e saudar também as pessoas que nos assistem pelo Canal 16 da TVCâmara. Eu quero dizer, desde já, que votarei favoravelmente ao Projeto. Mas, quando li o Projeto da Verª Clênia, eu fiz uma visita a três postos de gasolina em que havia concentração de jovens e falei com vários deles a respeito do Projeto, a respeito do que eu pensava, e ouvi as suas opiniões, também, sobre o que eles achavam dessa concentração de jovens bebendo nos postos de gasolina e a respeito da proibição da venda de bebida de álcool nos postos – não está se proibindo a venda, mas está se proibindo consumir bebidas alcoólicas nos postos de gasolina. E, numa dessas visitas, três jovens disseram: “Olhe, quem é o senhor? O senhor é Vereador?” Eu disse: “Sou”. E eles: “Mas a gente não é trouxa, a gente não compra bebida aqui nos postos de gasolina, a gente traz a bebida na rua”. Os caras abriram o porta-malas do veículo e mostraram uma caixa de isopor com gelo e com a bebida, dizendo: “O que nós pagamos aqui por uma cerveja, a gente compra três aí no mercado. Nós também temos que cuidar do nosso dinheiro, nós trouxemos a bebida e viemos aqui festejar com os colegas e tomar a nossa cervejinha”.

Agora, eu acho que esse Projeto é o início de uma caminhada, meus queridos jovens, isso é o início. Vamos aprovar o Projeto. Vai ser resolvido o problema do uso da bebida alcoólica pelos nossos jovens? A gente sabe que não vai ser resolvido! Mas, pelo menos, é o início de uma caminhada. Outros trabalhos mais profundos têm que ser feitos com nossos jovens. Porque esses brutais acidentes que têm acontecido - e tenho certeza de que muitos de vocês acompanham as notícias pelos jornais -, são com pessoas que usam bebidas alcoólicas, em clubes, também, não só em postos de gasolina, e saem com seus veículos, enfim, uns pegando caronas com outros, e acontecem esses brutais acidentes em que vários jovens perdem a vida todas as semanas, criando essas tragédias nas famílias.

Portanto pelo que se viu de todos os Vereadores que já passaram aqui por esta tribuna, vamos votar favoravelmente ao Projeto, mas, como já disse: este é o início de uma caminhada. Outras discussões, outros estudos, outras trocas de idéias têm que ser feitas com os nossos jovens. Vocês, meus queridos jovens, quando saem à noite para ir a uma boate, a um clube, para se divertirem, quando alguém tem problema, porque consumiu bebida alcoólica - a pessoa não tem condições de dirigir -, não peguem carona com ela, e peçam para esse jovem que não saia, que não dirija e que deixe seu veículo, pegue um táxi e vá para sua casa, porque ali alguém o espera - o pai, a mãe, o irmão, os familiares estão esperando vocês. Porque, de repente, nessa saída, podem acontecer essas brutais tragédias do nosso trânsito. E não é só isso, nos restaurantes a beira de estrada – vocês que também viajam, os pais e mães de vocês –, normalmente a pessoa chega para almoçar ou jantar, e já há uma mesa no restaurante em que estão expostas várias qualidades de bebida quente. A pessoa chega lá, toma um aperitivo, toma dois, toma três, janta, de repente mistura um vinho a uma cervejinha e sai, pega o seu veículo, pega no sono... E olhem esses brutais acidentes que acontecem nas estradas!  Todos os fins de semana, gente, são 15, 20, 30 pessoas que morrem em acidentes de trânsito, normalmente pessoas que pegam no sono por causa do consumo de bebida alcoólica! O aperitivo está à disposição das pessoas, elas tomam aperitivo, vão jantar ou vão almoçar, de repente tomam uma cervejinha, tomam duas, tomam vinho, misturam, e saem dirigindo; de repente, cochilam por qualquer segundo, dá um brutal acidente, como acontece, com milhares de pessoas perdendo a vida; milhares de pessoas sobrevivem com problemas sérios de saúde, fisicamente, praticamente sendo tirado dos jovens aquele sonho de se formar, de amanhã ser um cidadão, uma cidadã - isso é o que as famílias esperam, mas, de repente, num segundo, em poucos segundos acaba esse sonho das famílias!

Portanto, como eu já disse, meus caros jovens, vamos juntos, vocês, os amigos de vocês, com a sociedade, com a comunidade, a família... Não esqueçam que o maior patrimônio da humanidade é a família. A pessoa tem que sentar com o pai e a mãe, ouvir os seus aconselhamentos, porque nenhum pai, nenhuma mãe quer que o filho siga um caminho que eles não aprovam. Portanto, como eu já disse - encerro, meu caro Presidente -, isso é o início de um desafio; outros virão pela frente. Nós temos que estar unidos - comunidade, jovens, colégios, faculdades, clubes -, para que nós possamos amenizar o sofrimento de milhares e milhares de pessoas durante o ano todo em que acontecem esses brutais acidentes.

Recebam, queridos jovens, o nosso apoio, o nosso abraço. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL n.° 190/05. (Pausa.) O Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir o PLL n.° 190/05.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, também o público que nos assiste, tanto os telespectadores do Canal 16 como os que se encontram nesta Casa. Estamos também contentes com a presença dessa belíssima instituição Vida Urgente, da Fundação Thiago Gonzaga, que está aqui e que é um grande monumento na luta contra a violência e o uso de bebidas alcoólicas.

Senhores e senhoras, primeiro quero parabenizar a Verª Clênia Maranhão por este Projeto. É um Projeto que conheço bem de perto. Nos meus primeiros meses de mandato, dei entrada a um Projeto com conteúdo semelhante, mas não basta só você ter mandato; você tem de ter um amadurecimento no sentido de poder contar com o apoio dos colegas, de saber melhor lidar com a discussão, e acredito que, nos meus primeiros meses de mandato, eu não estava preparado para lidar com essa questão. Na verdade, o Projeto não foi derrotado. Eu o retirei para que a discussão sobre essa matéria pudesse amadurecer, para que, por meio das discussões, pudéssemos chegar a um bom termo. Decorridos em torno de uns três anos, o Projeto amadureceu. Fico feliz, porque eu estava no caminho certo. A idéia não era uma idéia errônea, porque acredito que esse Projeto vai ser aprovado na tarde de hoje.

Eu acredito que nós, Vereadores, precisamos ter um entendimento, o entendimento de que em torno de 35.000 pessoas morrem por ano vítimas diretas do consumo da bebida alcoólica. Depende da estatística, porque alguns interpretam que, se você morre no asfalto, é somente com causa na bebida ou na violência do trânsito. Então, são aqueles que morrem no asfalto. Se essa pessoa morre alguns dias depois do acidente – três, quatro, uma semana após –, e o problema ali já não é a morte instantânea, a morte acontece por uma parada cardíaca, um problema pulmonar, um problema circulatório ou um outro problema de uma patologia que se pode desenvolver em conseqüência daquele acidente, esse fato já não é registrado como uma morte ligada à bebida alcoólica. Mas há quem diga que o uso, o consumo de bebida alcoólica está levando em torno de 50.000 mortes por ano!

Eu quero ler aqui para os amigos algo que encontrei na pesquisa em relação à bebida. Diz assim: (Lê.): “O consumo de bebidas alcoólicas está diretamente relacionado com as altas taxas de mortalidade, decorrentes de traumatismos, mortes em acidentes de trânsito e violência em geral. A bebida alcoólica tem como ação básica a depressão do sistema nervoso, provocando, inicialmente, uma sensação agradável de euforia e desinibição, uma diminuição das percepções sensoriais como a visão, redução dos reflexos motores com lentidão de tempo de reação, provoca sonolência, perda do senso crítico e da força motora”. Interessante isso. “Atualmente, morrem mais de 35 mil pessoas no Brasil, em conseqüência desses acidentes, o que é maior que as mortes que ocorrem pelo somatório dos casos de câncer de pulmão, estômago e mama, que são os tumores que mais matam no nosso meio”.

Há que se lamentar que sejam necessárias leis específicas para que se minimizem o grave problema da poluição ambiental em todas as formas, e a falta de compostura de não ser freqüentadores em postos de gasolina, onde, eu entendo, este Vereador entende, que, se uma fruteira está para vender frutas, Ver. Sebastião, uma farmácia para vender remédios, o posto de gasolina está para a venda de gasolina. E o álcool, no posto de gasolina, somente o álcool que faz com que o motor trabalhe, mas não uma bebida para ser consumida por pessoas, por seres humanos.

Discutimos muito essa matéria, quando eu trouxe esse Projeto, e este Vereador entendeu que nos postos de gasolina, onde se consome bebida alcoólica... Eu entendo que um posto de gasolina é para abastecer o carro, verificar, dar segurança ao motorista, se tem água no radiador, se os pneus estão bem calibrados, se tem extintor, é, portanto, para facilitar a vida do motorista. Portanto há duas discussões: uma é a venda, a outra é o consumo. Eu não sou nem a favor à venda e muito menos ao consumo, mas eu respeito aquele que consome. Mas se vai consumir, então, que consuma num lugar em que não coloque a vida de outras pessoas em risco. Porque o posto de gasolina está para fazer com que o motorista saia dali com maior segurança e não alcoolizado. E nós estamos estimulando uma juventude, uma adolescência etílica, com bebidas com impacto muito forte, trazendo violência, gerando, cada vez mais, acidentes. Então, este Vereador entende que este é um bom Projeto. Parabenizo a Verª Clênia Maranhão, acredito que vamos poder contar com apoio da maioria dos Vereadores. E este Vereador votará favorável a este Projeto. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLL nº 190/05.

 

A SRA. MARIA CELESTE:  Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, é com grande satisfação que quero saudar também a Fundação Thiago Gonzaga que se encontra conosco, neste plenário, já pela segunda vez, quando, no final do ano passado, tentávamos votar este importante Projeto, e, pela demanda reprimida de tantos outros, nós não conseguimos naquele momento. Mas, agora, com muita alegria, estamos aqui debatendo um tema que, para mim, ele deveria ser permanentemente debatido, não só nesta Casa, mas em toda a sociedade, como o esforço que essa guerreira Diza Gonzaga tem feito no decorrer da sua vida e tem trazido permanentemente essa campanha. Quando nós passamos pelas ruas das nossas cidades e percebemos (o desenho) das borboletas nas ruas, nos emociona, porque lembramos que ali, naquele local, houve um acidente que envolveu a morte de uma pessoa, sobretudo, na questão do alcoolismo.

E eu quero, com isso, também, parabenizar a iniciativa da Verª Clênia Maranhão, porque os Governos locais, sobretudo os Parlamentos locais, têm uma grande responsabilidade em cima da Saúde pública, no que diz respeito, sobretudo, a essa questão do combate aos problemas do alcoolismo.

Álcool não é um produto qualquer, e, por vezes, nós fizemos campanhas contra os mais diversos psicotrópicos e esquecemos que o álcool é extremamente maléfico à saúde. Por vezes, nós acabamos introjetando na nossa cultura o uso, o hábito, o costume do álcool e esquecemos dos efeitos que ele causa não apenas no organismo do ser humano, mas, sobretudo, nos efeitos que causa à nossa sociedade. E eu quero aqui lembrar que 70% dos acidentes de trânsito com morte são provocados pelo uso do álcool. Quero aqui lembrar que o álcool é a droga mais usada em nosso País, ele causa dependência e também ele interage em mais de sessenta doenças nas pessoas. O mais triste é que as crianças e os adolescentes começam, cada vez mais, a beber mais cedo. Veja, Ver. Sebenelo, crianças e adolescentes começam a beber entre 10 e 12 anos. A violência doméstica, tão presente nas nossas famílias, está altamente relacionada ao uso e ao consumo do álcool.

Portanto nós aqui precisamos fazer uma campanha permanente de reflexão, do que significa para as nossas crianças, para as nossas famílias, o uso do álcool no nosso cotidiano. Mais do que isso, esta Casa tem uma responsabilidade maior, porque nós precisamos lutar contra o marketing do álcool na nossa sociedade. Nós sabemos o quanto as empresas que vendem esse produto trazem simbolicamente, instalam simbolicamente a vontade e o desejo desse uso cada vez mais desenfreado. Há estatísticas que revelam que os países que já proíbem esse tipo de publicidade têm níveis de consumo 16% mais baixo e 10% menos acidentes automobilísticos fatais nesses países que já têm um controle na questão do marketing.

Eu quero aqui finalizar, rapidamente, dizendo da nossa adesão, do nosso desejo de estar cada vez mais trabalhando com projetos tão importantes como esse na questão do uso e do abuso do álcool, que as campanhas sejam, de fato, permanentes, que este Parlamento esteja cada vez mais preocupado e, se a regulamentação não é feita de uma forma adequada, nós temos de cobrar do Executivo para que ela seja, de fato, reconhecida e feita. E quero aqui lembrar uma campanha que há pouco tempo nós vivenciamos no nosso Estado, a campanha chamada “Verão Consciente”, trabalhada pelo SIMERS, pelo Ministério Público, pelo DECA, pela Fundação Thiago Gonzaga, e mostrar aqui o folheto da campanha - (Mostra o folheto.) -, que diz o seguinte: “Filho, está na hora do café da manhã. Filho, pelo amor de Deus, fala alguma coisa. Faça a escolha certa, mantenha o seu filho longe de bebidas alcoólicas, a vida dele depende disso”. Mais do que isso, a vida dos nossos jovens, das nossas crianças e dos nossos adolescentes depende, sobretudo, dos pais, dos adultos, dos educadores da cidade de Porto Alegre. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 190/05.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, prezados jovens, e, em especial, a Fundação Thiago Gonzaga, que acompanha esta votação, queria fazer alguns registros a mais. Acho que estamos discutindo longamente, mas este tema é complexo, e merece essa atenção toda. O primeiro registro é da nossa emoção ao vermos jovens mobilizados pela vida. Faço esse cumprimento aqui, como muitos aqui já o fizeram. Essa Fundação está dando um exemplo sem par, e a mobilização de vocês, a juventude, que sai da alienação, que é um exemplo fundamental, que fala de algo dos jovens, e, portanto, atinge a nossa juventude, é essencial para podermos enfrentar os graves problemas que tiram a vida e a saúde dos jovens. Parabenizo todos, e isso nos emociona bastante.

Segundo, quero dizer que tenho uma bronca com essa mania que muitos de nós temos, aqui, nesta Casa, das semanas, dos dias, de fazer ações pontuais. Porque essas questões fundamentais, como a questão da gravidez precoce, como a questão do uso de drogas, como a questão do uso do álcool, a educação para o trânsito, são temas que precisamos trabalhar sistematicamente por dentro das instituições, no sentido de construir uma nova cultura. E no momento o pontual é importante? É, mas mais importante é que as políticas públicas sejam permanentes, que, por exemplo, as escolas, todas as instituições têm responsabilidades e podem trabalhar, que elas incorporem no seu currículo, que elas permitam que o jovem venha com as suas angústias para a escola. E isso não pressupõe só que esse tema seja debatido na escola; pressupõe uma nova relação na escola, uma relação horizontalizada na escola, uma escola que tem espaço para a voz do jovem, com a forma dele se expressar - para a pintura, para o grafite, para o hip-hop, para todo tipo de música, para o teatro. Pressupõe, portanto, uma mudança de postura e não simplesmente pautar um tema, num momento formal.

Eu quero trazer aqui o exemplo do que eu vivi, como mãe, hoje de manhã, a emoção que eu vivi durante duas horas no Colégio Anchieta, que é um colégio que incorporou valores no seu cotidiano. Eu tenho frisado que todas as homenagens a pai, à mãe, são sempre um momento de vivência da relação com os filhos, de vivência da relação dos temas mais delicados. Então, hoje, a Escola, para homenagear as mães, trouxe uma peça de teatro, “Adolescer”, e aquele auditório estava lotado de adolescentes com a sua mãe do lado. O meu filho ligou para cá duas vezes para garantir que eu chegasse no horário, eu estava em reunião da Bancada. Ora, adolescente, querendo que os pais estejam do lado! E a peça era divertida e era dura, porque ela mostrou a questão da drogadição, ela mostrou a questão do álcool e ela mostrou as dores e as críticas que os adolescentes têm aos adultos, aos pais na forma de falar. E nós, mães, choramos, os meninos e as meninas se emocionaram, e vivemos um momento especial na vida dos nossos filhos e da nossa família. Então a escola faz isso, mas ela faz isso na hora da história, da geografia, onde os temas têm a ver com a vida do estudante, na hora da redação. Então, nós precisamos trabalhar políticas que agreguem os jovens aos seus amigos, à sua família, à sociedade. Por isso que este engajamento de vocês é um engajamento fundamental.

Eu creio menos no Estado repressor. Eu acho que esta medida tem um sentido, porque não é a proibição da bebida que está em discussão, mas é a proibição do beber antes do dirigir, e bom, eu acho que isso está correto. Só que isso isolado não nos resolve o problema.

Eu creio mais, por exemplo, que a criminalização da droga e da maconha, e das drogas de uma forma geral, acaba expondo muito mais os jovens a outros problemas mais sérios que não são só o vício, acaba expondo à morte, acaba expondo às relações de submundo, acaba expondo à polícia, acaba expondo os jovens às situações que nem os pais conseguem contornar, nem o Estado tem política para tal a não ser a repressão. Então eu prefiro que a gente trabalhe como política pública a relação do jovem com todas estas questões, do que como criminalização.

Encerro, dizendo que nós fizemos uma Emenda, singela, mas importante, que é para que - é uma Emenda da Bancada do Partido dos Trabalhadores e de outros Vereadores -, o Poder Público Municipal mantenha campanhas permanentes em parcerias com os postos de gasolina, permanentes para o jovem motorista, para conscientizá-lo em relação à bebida. Acho que nós temos que acrescentar essa idéia para outras tantas que vão contribuir junto com o término dessa junção: direção e álcool. Então, parabéns pela iniciativa, Verª Clênia, parabéns para os jovens por lutarem pela vida. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):  O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLL n.º 190/05.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Simers, Fundação Thiago Gonzaga, quero saudar a Fundação na pessoa da Diza e os voluntários aqui presentes. Este tema é um tema que está sempre sendo discutido, não só aqui em Porto Alegre, no Brasil e no mundo, porque cada vez mais nós vemos que a questão do consumo de bebidas alcoólicas, principalmente por parte de menores, está crescendo de maneira assustadora no nosso mundo. O Projeto da Verª Clênia estabelece que fica proibido o consumo de bebidas alcoólicas nas dependências dos postos de gasolina. Aqui já foi dito que outro Projeto similar colocava que era proibida a venda. Este não proíbe a venda, proíbe o consumo no local. Então, temos de fazer essa diferença. Agora, eu entendo que, cada vez mais, o fator educacional tem de ser colocado. E, quando eu coloco o fator educacional, eu coloco como fator decisivo, em primeiro lugar, a família. Cada vez mais, no nosso mundo moderno, infelizmente, na concepção de valores, estamos perdendo muito na questão da família. Muitas vezes as famílias têm sido omissas. Não conseguem impor limites aos seus filhos, entendendo que o próprio grupo pode gerir as regras. Eu não tenho esse entendimento. Eu sou daqueles que entende que a família tem o dever de impor regras, tem que chamar o filho e a filha e dizer que isso pode, isso não pode. E, na figura paterna ou na figura materna, dizendo que não é permitido isso ou aquilo. É importante saber a questão do limite, saber a questão da hierarquia familiar e a necessidade de haver disciplina. E as pessoas confundem, muitas vezes, isso, que, se tu fores mais brusco ao dizer uma palavra de forma veemente, tu podes estar magoando. Eu não tenho este entendimento. Eu entendo que o pai e a mãe têm que serem justos, mas têm que ser presentes e dizer as coisas de forma clara. Isso, então, implica a questão educacional na família, e, conseqüentemente, na escola, que é onde o convívio social vai fazer o confronto, principalmente para os adolescentes; sabemos, é a fase da contestação, nem sempre aquilo que o pai e a mãe falam em casa pode ser verdade absoluta, porque no grupo, entre eles, muitas coisas são trocadas. Mas, se tiver uma formação sólida, ele pode fazer, sim, a contestação dentro do grupo, e deve fazê-la.

Agora, sabemos também que muitas vezes, hoje, quando se fala na questão dos jovens, já há citações de que esses jovens, até 24, 25 anos, estão cada vez mais numa faixa etária diferenciada. E o binômio álcool/direção, sabemos que não combina; eles são excludentes. E é por isso que cada vez mais nós temos que desestimular; desestimular a questão do consumo, desestimular a questão da direção com álcool, desestimular qualquer tipo de possibilidade.

Então, este Projeto, de forma simples - porque vai ter que ter todo um acompanhamento, depois, de fiscalização -, ele vem contribuir, primeiro, para isso que nós estamos fazendo nesta tarde: para a possibilidade de debater esta questão, trazendo o conceito de valores, o conceito de álcool/direção como binômio excludente. Por isso, Sr. Presidente, queremos parabenizar a Verª Clênia por esta iniciativa e dizer que, com leis como esta, quem ganha, na realidade, é toda a sociedade de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE  (Valdir Caetano): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLL n° 190/05. (Pausa.) Desiste.  O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLL n° 190/05.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Valdir Caetano, colegas Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste, juventude aqui presente, Fundação Thiago Gonzaga e demais participantes deste debate, este tema, com a objetividade que traz, na verdade, estamos aqui discutindo um conceito de cidade, um conceito de cidadania, e é esta referência que o seu Projeto, Verª Clênia, traz para a discussão da Cidade.

Hoje, em Pauta, discutimos outro Projeto que falava da alimentação para as crianças e também da questão da obesidade. Esses conceitos, quando trazemos para a discussão e os transformamos em lei, significam o aprofundamento de um conceito de cidadania e de cidade, discutir infância, juventude. Não basta discutirmos e criarmos regras: temos que estabelecer conceitos que sejam assimilados pelos jovens. Portanto a juventude que aqui está, está de parabéns, pois milita por uma causa que não é exclusivamente sua, é uma causa da sociedade, até porque, hoje, mais da metade dos jovens entre 12 e 18 anos bebem com regularidade bebidas alcoólicas, e 6% deste universo já apresenta indícios de alcoolismo. Isso é preocupante para a sociedade, e não queremos fazer disso, Sr. Presidente, um discurso moralista; não é esta a discussão, a discussão é conceitual, de entendimento e de evolução.

Porém, é bom dizer que já possuímos uma lei que proíbe a compra de álcool por menores de 18 anos, e isso não é nenhum empecilho para o consumo: hoje o álcool é vendido livremente nos bares, restaurantes e supermercados para jovens de menos de 18 anos. Portanto, quando construímos leis, temos que ter a preocupação da eficácia dessas leis.

Além disso, sobre a juventude há também uma pesquisa, que foi encomendada pela Associação Brasileira Comunitária e de Pais para  Prevenção do Abuso de Drogas, que se chama Abraço, e a Confederação Nacional de Transportes, que mostra que o hábito de beber afeta um em cada três brasileiros. E o assustador é que 38% dos jovens entre 16 e 24 anos já estão consumindo bebidas alcoólicas. Então, estes dados, conceitos e afirmações são o forte deste debate. É que nós estamos aqui, sim, dialogando, além de aprovarmos uma lei, construindo e afirmando um conceito de sociedade. E a juventude também está aqui discutindo este conceito. Parabenizo a Fundação por estar trabalhando em conjunto conosco e dialogando com a Cidade na afirmação da cidadania. E o nosso voto é favorável ao Projeto, obviamente. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Valdir Caetano): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL n.º 190/05.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Vereador-Presidente, senhoras e senhores que acompanham esta Sessão, membros da Fundação Thiago Gonzaga, agentes de fiscalização do Município, eu acho extremamente importante este debate, mas lastimo que ele ocorra nesta Casa apenas nos momentos de votação de alguns Projetos. Esta deveria ser uma discussão permanente, porque, em muitos momentos, quando me dirigi ao fone 118, em madrugadas de sextas-feiras e de sábados, me prometeram que imediatamente fariam contato com Agentes de fiscalização para verificar o que estava acontecendo, por exemplo, na Rua Silva Só. E não é apenas porque ali tem um posto de gasolina, uma loja de conveniências e uma loja que aluga CDs e DVDs. É porque ali existe um espaço de muita circulação; e os carros estavam estacionados não apenas no posto de gasolina, mas em cima das calçadas de toda a Rua Silva Só. Em Ipanema, ali na Rua Déa Coufal, é claro que ficam no posto de gasolina, mas ficam também na grande Av. Coronel Marcos, que dá acesso ao bairro Ipanema.

Eu poderia citar outros postos de gasolina, eu poderia também citar lugares onde não há postos de gasolina e as pessoas bebem, juntam-se pessoas, fazem “bolinho” e bebem a noite inteira. Por isso é que nós temos que ter fiscalização permanente. Queria inclusive dizer para os Agentes de Fiscalização - falei com alguns deles inclusive –, que o que falta é orientação da Direção, porque a EPTC poderia diminuir em mais da metade esses problemas, fazendo com que fosse utilizado o Código de Trânsito. Por que, se nós aprovarmos essa lei, quem fará a fiscalização?

Quando eu fui Secretário da SMIC, eu percorri esses locais em muitas madrugadas; locais que tinham alvará de loja de conveniência e que foram - esses locais -, transformados em bares. Isso não pode. Então, tem que aplicar a legislação.

Mas, o que acontece? Já foi dito aqui que pessoas vão a esses locais com bebidas trazidas de casa. E nós vamos multar o dono do posto de gasolina ou o carro que está mal-estacionado? Esse é o debate.

Eu vou votar favoravelmente ao Projeto, mas eu quero dizer que é muito fácil, porque nós podemos chegar aqui também crucificar, criminalizar o dono do posto de gasolina que, muitas vezes, tem o seu espaço de loja de conveniência alugado para uma outra empresa. Como iremos fazer isso? Quem será penalizado? Isso não está claro na legislação.

Portanto, aprovada a lei, eu serei o principal fiscalizador, porque este é o meu direito e dever como Vereador.

Como Secretário, eu fiz o que tinha de ser feito, fiscalizando. No entanto, todas as vezes que eu me dirigi à Secretaria Municipal do Meio Ambiente por causa do barulho, o retorno foi zero! Absolutamente zero! E, muitas vezes, eu contatei a EPTC – não tem culpa o azulzinho, ele cumpre escala, cumpre determinação -, pois o problema está na direção, que não tem uma política nessa área! E eu quero discutir isso, porque eu não quero aqui crucificar, nem criminalizar aqueles que, muitas vezes, não têm uma ação direta sobre o caso!

Portanto que o debate não se conclua hoje, porque, inclusive, eu fiz um material sobre a EPTC, sobre as questões de trânsito, que eu vou distribuir de mão em mão, se possível, para cada Agente de Fiscalização e a cada servidor da EPTC, porque eu não quero que os funcionários da EPTC sofram por uma política desastrada da EPTC! Como não quero, também, que sofram os funcionários da SMAM, que, muitas vezes, são xingados pela inoperância e incapacidade do Secretário Beto Moesch! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):  Em votação o PLL nº 190/05. A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 190/05.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, eu quero, inicialmente, agradecer ao Ver. Sebastião Melo, à Verª Mônica Leal e ao Ver. Elói Guimarães, que abriram mão para podermos fazer esta votação mais rapidamente, agora, nos próximos três minutos. Eu apenas queria dar duas informações que eu acho importantes, até para esclarecimento. Eu incorporei uma Emenda, a de nº 02, exatamente para corrigir um problema técnico que foi aqui apontado pelo Ver. Luiz Braz e por outros Vereadores, que é uma Emenda que diz o seguinte (Lê.): ”O Poder Executivo Municipal estabelecerá as penalidades aos estabelecimentos que não agirem de acordo com o dispositivo nesta Lei, quando da sua regulamentação”. Fizemos esta Emenda para não termos nenhum problema jurídico, por definir a responsabilidade por meio da nossa intervenção e, conseqüentemente, com esta Emenda, resolve-se essa possível questão jurídica, e o Executivo regulamentará, a partir, inclusive, da discussão com os segmentos para que as multas sejam realmente bem avaliadas e construídas de acordo com as penalidades que os estabelecimentos, por acaso, venham a necessitar.

Então, eu queria agradecer a todas as Vereadoras, a todos os Vereadores - não vou aqui nominá-los por causa do nosso curto tempo -; queria agradecer as contribuições que foram dadas no processo da elaboração do Projeto; queria agradecer muito à EPTC e à equipe de Educação para o Trânsito - que está aqui presente -, que nos ajudou; queria agradecer demais, com uma emoção muito grande, aos jovens da Fundação Thiago Gonzaga, que nos inspiraram neste Projeto; à Diza, que é uma referência no nosso País, no nosso Estado, nesta luta; queria agradecer ao Simers e a tantos outros, não quero mais nominar, porque vou fazer injustiças.

Eu queria apenas, Sr. Presidente, antes de concluir a minha intervenção, dizer que, na sexta-feira da semana passada, já ao final do dia, eu recebi um telefonema, em meu gabinete, de um senhor de 70 anos que se chama Cláudio Guimarães Bernardes. Ele mora na Av. Venâncio Aires, no prédio nº 441. Ele estava tão sensibilizado pela idéia do Projeto que elaborou um abaixo-assinado entre os moradores daquele condomínio e encaminhou à nossa Câmara em apoio ao Projeto. Eu fiz questão de registrar isso, porque eu acho que isso é uma atitude de cidadania do maior significado, de uma pessoa que, como cidadão, se sente co-responsável, co-partícipe da luta pela redução dos acidentes de trânsito. Eu queria, agradecendo ao Sr. Cláudio Guimarães Bernardes, agradecer a todas as pessoas que estão nesta luta. Vida longa a todas aquelas e a todos aqueles que lutam pela redução dos acidentes de trânsito na nossa Cidade! (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 190/05.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB:  Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu, em absoluto, desejo ser mais realista do que o rei, mas 35 anos de Câmara Municipal me ensinaram que é importante, na lei, a definição da penalidade, e não se pode atribuir ao Executivo a definição da penalidade. Por isso que apresentei a Emenda; foram trocados os números, mas não faz mal nenhum. Têm todo o direito de votar como quiserem, o Projeto vai ser aprovado; mas a boa técnica diz que a lei deve colocar o valor da penalidade, e não o Executivo, que eu nunca vi isso ser feito. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência. Em votação nominal, por solicitação desta Presidência, o PLL n° 190/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 31 votos SIM.

 

(Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em votação a Emenda n.º 01 ao PLL n.º 190/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda n.º 02 ao PLL n.º 190/05. (Pausa.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, este Vereador entende que uma Emenda não prejudica a outra.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Explique, Excelência, o seu ponto de vista.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Uma vai regulamentar; a outra está dando valores.

O que eu disse, nobre Vereador, é que eu entendo que uma Emenda não prejudica a outra. Uma diz, num artigo, que vai ser regulamentado, e a outra dá os valores. São duas coisas diferentes.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência. Ver. Nereu D'Avila está com a palavra para auxílio da Mesa.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Exatamente, Sr. Presidente. Não é o que o Ver. Dib acaba de dizer. Esta que foi aprovada é a Emenda nº 01.

A Emenda nº 02 diz que o Poder Executivo Municipal estabelecerá as penalidades, e a Emenda nº 03 estabelece as penalidades, de modo que, se a nº 02 for aprovada, está prejudicada a nº 03, sim.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Verª Sofia concorda com Vossa Excelência.  Então, a Emenda nº 02, se aprovada, prejudica a Emenda nº 03.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nós temos duas Emendas e tínhamos dúvidas técnicas e jurídicas sobre elas. Consultando, agora, nossos colegas, companheiros Vereadores que são advogados, a conclusão a que nós chegamos é de que há legalidade e há possibilidade na votação da Emenda do Ver. Dib – não haveria problemas jurídicos à sua aprovação.

Então, não sei se estamos no período de discussão das Emendas?

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Não, porque nenhuma foi destacada, Excelência.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Então, eu retiraria a minha Emenda, mas, não havendo possibilidade técnica de retirá-la, solicito então que nós votemos na Emenda do Ver. João Dib e na rejeição da Emenda de minha autoria. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Como suscitou, em algum momento, dúvidas, em votação nominal, solicitada pela Presidência, a Emenda nº 02 ao PLL nº 190/05.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, com licença, ainda perdura uma dúvida jurídica sobre o conteúdo das Emendas. Considerando que este Projeto é extremamente  importante para a Cidade, eu me desculpo com V. Exª e solicito mais dois minutos para discutirmos, para que não haja nenhuma dúvida ao final do nosso processo de votação.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): As Lideranças do plenário concordam com esta assertiva? O Plenário é soberano. Atendida Vossa Excelência. Cancelo esta votação da Emenda nº 02 ao PLL nº 190/05 neste momento. Solicito o fechamento do painel até posterior decisão.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 18h18min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr.Goulart - 18h23min): Estão reabertos os trabalhos.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, em que pese a boa intenção do Ver. Dib de dar conseqüência à Lei, nós compreendemos que a redação da sua Emenda poderá ensejar que o usuário ou o jovem que estiver bebendo num posto venha a sofrer uma multa, e essa não é a intenção do Projeto. Então, temos um acordo majoritário de que aprovamos a Emenda da Verª Clênia e não acolhemos a do Ver. Dib. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Ver. Dib, deseja se manifestar, uma vez que foi falado assunto de sua matéria?

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Vereador-Presidente, este Vereador não é dono da verdade, eu já havia dito. Não faço questão de aparecer neste ou naquele Projeto de Lei. O que o Plenário decidir para mim está tudo muito bem; o que eu queria é que se fizesse lei como deve ser feita: proibição tem punição; senão não existe proibição. Mas, de qualquer forma, eu me submeto ao Plenário. Quem sou eu? Simples Vereador.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.

Em votação nominal, por solicitação desta Presidência, a Emenda n.° 02, de autoria de Verª Clênia Maranhão, ao PLL n.° 190/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 22 votos SIM, 03 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Aprovada a Emenda nº 02, não apreciaremos a Emenda nº 03.

Em votação nominal, solicitada pela Verª Clênia Maranhão, a Emenda nº 04 ao PLL n° 190/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 18 votos SIM, 03 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, se eu não me engano, este Projeto precisa de maioria absoluta para aprovação. Se o Projeto precisar de maioria absoluta, é claro que as Emendas também vão necessitar de maioria absoluta. Pergunto a V. Exª se é um Projeto que precisa de maioria absoluta?

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Não, Exª; maioria simples.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Agradeço a V. Exª.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

 

PROC. N. 1436/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 066/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que acrescenta parágrafo único ao art. 1º da Lei n. 6.946, de 27 de novembro de 1991, que dispõe sobre o funcionamento de estabelecimentos destinados à venda de animais, determinando que a exposição dos animais ao público somente seja feita na parte interna do estabelecimento, bem como veda a exposição deles na vitrina.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CEFOR. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Carlos Comassetto: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Claudio Sebenelo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 14-11-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em discussão o PLL nº 066/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 0933/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 005/06, que retifica o § 1º do art. 1º da Lei n. 9.810/05, que autoriza a permuta de próprio municipal, sito na Av. Prof. Oscar Pereira n. 2603, por área particular sita na Av. Prof. Oscar Pereira nos. 3173 e 3179, nesta Capital.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,   § 1º, VIII, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 10-05-06.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em discussão o PLE n.º 005/06. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 22 votos SIM e 2 votos NÃO.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h35min.)

 

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